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Igreja suspende padre suspeito de assédio contra adolescente no RN

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Foto: Reprodução/Arquidiocese de Natal

Um padre foi suspenso das funções depois de ser denunciado por assédio sexual a um adolescente na sacristia da igreja, em Natal. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

A Arquidiocese de Natal determinou o afastamento do padre Iranildo Augusto de Assis, que atuava em São Gonçalo do Amarante (RN), por suspeita de abuso a um adolescente de 14 anos. A mãe do garoto registrou um boletim de ocorrência para denunciar o suposto assédio e a polícia está investigando o caso.

A mãe disse que o filho e o sacerdote chegaram a trocar mensagens pelo WhatsApp e que o jovem contou a ela que o sacerdote beijou o pescoço e chupou sua orelha dentro da sacristia da igreja, no último domingo (16).

Em entrevista à TV Ponta Negra, afiliada do SBT, ela disse que o episódio aconteceu logo após a missa. "Ele me disse: 'Mãe, o padre me assediou'. [...] Daí fui caminhando com ele até o carro, eu tremendo, ele começou a chorar". ".

Nesse momento, segundo narrou o jovem à mãe, o religioso teria se aproximado dele e pedido por um abraço, o que ele até então achou normal. Porém, o sacerdote não teria se contentado apenas em abraçar o adolescente.

A mãe conta que ficou em choque e que, após ouvir o relato do filho, decidiu interromper a missa seguinte para questionar o sacerdote. "Subi no altar, pedi para falar, mas ele olhou para mim e continuou no microfone. Então comecei a gritar, dizendo que o padre induziu meu filho a vir para a igreja, levava meu filho para lanchar e hoje assediou meu filho".

Ao chegar em casa, o adolescente mostrou as conversas que vinha tendo com o religioso. Em uma delas, o padre pergunta se o adolescente prefere se relacionar com homem ou com mulher, ao que o jovem responde ser hétero.

Em outra conversa, ele sugere que o jovem vá até a casa dele, esperar por outra pessoa que iria entregar uns papéis. O religioso então diz que está na cama, deitado, "como veio à Terra".

A mãe disse que começou a desconfiar do comportamento do sacerdote há alguns meses. "Eu já tinha alertado meu filho desde o começo, quando ele começou a falar desse padre. Ele levava ele [o filho] para lanchar. Outro dia ele disse que o padre ofereceu R$ 200 para ele trabalhar na coleta do dízimo".

A mulher procurou a delegacia de São Gonçalo do Amaral na segunda-feira (17) e registrou um boletim de ocorrência contra o sacerdote. O UOL contatou a Polícia Civil do Rio Grande do Norte para saber sobre o andamento do inquérito, mas, até o momento, o órgão não respondeu.

O UOL tentou contato diretamente com o padre Iranildo, na tarde desta quinta-feira (20), mas as ligações telefônicas não foram atendidas. Por intermédio da Arquidiocese de Natal, o sacerdote informou que não deseja se manifestar para a imprensa. Até o momento, ele também não apontou representante legal para fazer sua defesa. O espaço segue aberto para manifestação e pode ser atualizado tão logo haja posicionamento.

INVESTIGAÇÃO NA IGREJA

Na terça (18), o arcebispo metropolitano de Natal, dom Jaime Vieira Rocha, além do afastamento do padre, determinou a instauração de uma investigação sobre o caso, conforme ordenamento canônico.

"A dimensão e a gravidade da denúncia obrigam a assumir o compromisso pela verdade, justiça e reparação dos danos. Nesse sentido, a Arquidiocese de Natal se colocará à disposição das autoridades civis para que o caso seja elucidado em vista do bem das partes e da própria Igreja. Rogamos a intercessão de Nossa Senhora da Apresentação para que tudo seja esclarecido e reine a paz nos corações", afirma o arcebispo, na nota.

Fonte: Folhapress

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