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Dia Mundial de combate à Pneumonia: o que precisamos saber?

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Historicamente, a pneumonia sempre foi causa significativa de morte na população brasileira. Com o avanço das campanhas de saúde pública, ampla vacinação de crianças contra agentes causadores dessa doença (Pneumococo, o Haemophilus influenzae) e as campanhas de vacinação contra influenza e a Covid-19, pelo SUS, houve uma redução na incidência da pneumonia na população em geral nos últimos anos.

O Dia Mundial da Pneumonia foi proposto pela OMS - Organização Mundial de Saúde em 2009, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção da doença, que ainda continua sendo a principal causa infecciosa de morte de crianças com até cinco anos de idade.

A palavra Pneumonia tem origem grega e significa inflamação dos pulmões. Para a medicina, trata-se de doença do trato respiratório inferior, geralmente causada por um agente infeccioso, podendo este ser um vírus, bactéria ou fungo. Estes microrganismos geram inflamação dos tecidos de um ou ambos os pulmões, pela resposta do indivíduo ao agente agressor.

Diagnóstico
Daniel Messias Martins Alves Neiva, médico pneumologista e docente do IDOMED, explica que na Pneumonia, como em quase todas as doenças, a anamnese (consulta médica) e o exame físico são imprescindíveis para o diagnóstico.

 “O quadro clínico pode ser variável, mas, normalmente, o paciente apresenta-se com febre, taquipneia (frequência respiratória acima do esperado para aquela faixa etária), esforço para respirar e tosse. Em crianças pequenas, idosos e pessoas imunossuprimidas o quadro clínico pode ser menos específico, com sintomas mais discretos”, esclarece Neiva.

A radiografia de tórax, método complementar de diagnóstico bastante disponível e difundido no país, faz parte, juntamente com a anamnese e o exame físico. É um exame de imagem que pode auxiliar no diagnóstico da pneumonia, mas ajuda também a avaliar a extensão das lesões, detectar complicações e ajuda a avaliar possíveis complicações da pneumonia.

Segundo o pneumologista, a ultrassonografia de tórax é um exame que tem apresentado aumento do uso para o diagnóstico de pneumonia, apresentando-se com melhor acurácia e sensibilidade que a radiografia de tórax. No entanto, o sucesso deste método diagnóstico depende da expertise do examinador.

 “Outros exames, como análises laboratoriais, tomografia e ressonância são reservados para quadros e pacientes específicos, sendo utilizados em quadros mais graves, com suspeitas de complicações ou suspeita de outros diagnósticos”, comenta.

 Quando há uma alta probabilidade de que a pneumonia seja de etiologia bacteriana, levando-se em consideração que a maior chance, então, é de que seja o Streptococcus Pneumoniae, o tratamento de escolha são os antibióticos do grupo dos Beta Lactâmicos, por 5 a 7 dias. Outras causas de pneumonia podem demandar outros tratamentos.

Sequelas
A Pneumonia pode deixar sequelas permanentes, que reduzem drasticamente a qualidade de vida de quem a contraiu. Alguns pacientes podem evoluir de maneira adversa durante um quadro de pneumonia, apresentando algumas complicações como derrame pleural, pneumatocele e, até mesmo, necrose de uma parte do pulmão.

“Quando há suspeita de algumas dessas entidades, é necessário que o paciente seja internado para melhor avaliação, tratamento com antibiótico venoso e, às vezes, abordagem cirúrgica do tórax para auxiliar na resolução da pneumonia”, completa Neiva.

Para o especialista, no entanto, há a possibilidade de melhorar ainda mais a cobertura oferecida pelo SUS com vacinas oferecidas pela rede de saúde privada. Para pacientes de grupos específicos, como imunossuprimidos, o SUS também oferece uma outra vacina, a chamada Pneumo 23.

Além das vacinas, Daniel Neiva esclarece que a higiene pessoal (como a lavagem de mãos), evitar aglomerações e o uso de máscaras ajudam a reduzir a contaminação e a incidência de Pneumonia.

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