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Folclore espanhol: conheça 7 histórias

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Foto: pixabay.com

 

O folclore espanhol é bastante rico e conta com histórias fascinantes. Por isso mesmo, é comum que muitos alunos se interessem em aprender sobre essa tradição nas aulas de espanhol. Afinal, aprender um novo idioma fica muito mais fácil e interessante quando se conhece a cultura daquele povo. 

A seguir, você irá conhecer algumas das principais lendas do folclore espanhol. Continue a leitura para descobri-los e se divertir aprendendo!

A cruz do diabo em Cuenca
Cuenca é uma cidade localizada na comunidade autônoma de Castilla-La Mancha. A lenda conta que, por lá, vivia um jovem tão sedutor que era capaz de conquistar qualquer mulher que desejasse. Unanimidade no vilarejo, suas habilidades foram questionadas por uma elegante mulher estrangeira chamada Diana.

Misteriosa, ninguém sabia muito sobre sua origem ou o que fora fazer em Cuenca. O único consenso era que Diana conseguia seduzir e fazer com que todos os homens e mulheres se apaixonassem por ela. 

Perto do Dia de Todos os Santos, o jovem recebeu uma carta de Diana, o convidando para um encontro perto do Eremitério de Cuenca. Disposto a também conquistar o coração da forasteira, o jovem foi até o local disposto a provar que era de fato um galã.

Ao se aproximar para fazer sua abordagem, Diana se transformou em uma figura aterrorizante, o próprio diabo, que ria alto e zombava do jovem. Com medo, ele correu para um cruz do lado de fora do eremitério, e a abraçou com todas as suas forças, rezando aos céus. 

O diabo, agora revelado, perseguiu o jovem e o atacou, deixando uma marca na cruz que pode ser vista até hoje. Sobre o destino do galã, alguns afirmam que foi salvo pela cruz, enquanto outros garantem que nem mesmo o símbolo o livrou das garras de lúcifer. 

O monstro do Lago Banyoles
Se você acha que o monstro de Loch Ness é a única criatura a assombrar um lago, está enganado. Segundo a lenda Catalã, existe um lago chamado Estany de Banyoles, o maior de toda a Catalunha e um dos maiores da Espanha. 

A história conta que lá vive um monstro, terrível como um dragão, com pele grossa, pontas pelo corpo, asas e garras. Durante a Idade Média, foram muitas as tentativas de matá-lo, e entre os valentes que ousaram, ainda segundo a lenda, estão Carlos Magno e um imperador desconhecido.

No entanto, o monstro viveria até os dias de hoje no lago, sendo responsável pelo desaparecimento de gado e desastres naturais. Recentemente, até mesmo desaparecimento de turistas e quedas de aviões foram atribuídos à maldade da criatura. 

Os amantes de Teruel
Teruel é uma cidade localizada na comunidade de Aragão, região leste da Espanha, que abriga um folclore espanhol à la Romeu e Julieta. O vilarejo possui uma igreja milenar, que foi reformada durante o século XVI. Durante os trabalhos, dois corpos mumificados foram encontrados. Com eles, um pergaminho descrevendo, nas palavras do juiz Domingo de Celada, que os corpos pertenciam a Isabel Segura e Juan Diego de Marcilla, cuja união havia sido impedida por suas famílias.

A história conta que Juan Diego de Marcilla vinha de uma rica família, e mesmo apaixonado por Isabel, precisou realizar uma longa viagem para trabalhar. Durante este tempo, o pai de Isabel a forçou a se casar com outro homem, e a união aconteceu pouco tempo antes do retorno de Juan Diego.

Ao descobrir o que havia acontecido, Juan Diego caiu morto. Em seu funeral, Isabel deu-lhe um último beijo, como prova de seu amor. Ao fazê-lo, ela também caiu morta, diante da emoção e tristeza, abraçada ao corpo de Juan Diego. 

A família dos jovens, então, decidiram enterrá-los juntos, como símbolo de uma aprovação tardia de seu amor. 

A maldição de Ochate
Na cidade de Burgos, há um vilarejo despovoado chamado de Ochate, que outrora fora uma cidade. Há muito tempo sem moradores, a história conta que ela é uma cidade amaldiçoada, que passou por uma série de eventos sobrenaturais depois de vivenciar três tragédias.

A primeira foi a epidemia de varíola de 1860. Violenta, a doença deixou apenas 12 pessoas vivas na cidade. Anos mais tarde, depois de a população se recuperar, a região foi novamente atingida por uma epidemia, desta vez, da mortal febre tifóide. 

Novamente a população conseguiu se restabelecer quando uma epidemia de cólera dizimou todos os habitantes. Abandonada no século XX, diversas histórias de aparições e eventos sobrenaturais foram relatadas. Curiosamente, nenhuma das cidades vizinhas sofreram com essas 3 epidemias, o que reforça ainda mais a ideia de Ochate ser amaldiçoada. 

As faces de Bélmez, a história mais atual do folclore espanhol
Bélmez de la Moraleda é uma cidade na Andaluzia que abriga uma casa com um histórico sobrenatural extenso. Desde 1971, as paredes e pisos da casa são manchados por aparições na forma de rostos, corpos e esqueletos humanos que, depois de um tempo, desaparecem.

Apesar das inúmeras tentativas dos moradores e vizinhos de cobrir as manchas com cimento e outros materiais, elas continuam aparecendo até os dias atuais. A lenda diz que as manchas são feitas pelos espíritos das pessoas enterradas no cemitério árabe medieval situado abaixo do porão da casa, com aproximadamente 3 metros de profundidade. 

A última moradora da casa, Maria Gomez Camara faleceu em 2004, e a residência tornou-se um local de visitação. Após sua morte, milhares de rostos e imagens continuam a aparecer.

O castelo de Malmuerta
Em Córdoba, cidade pertencente à comunidade da Andaluzia, existe um milenar castelo, com uma torre alta chamada Torre de la Malmuerta. A história conta que, no século XV, um rico aristocrata local se apaixonou por uma bela jovem.

Apesar da grande diferença de idade, a família da dama aceitou o pedido de casamento, pensando na fortuna que eles poderiam receber. Assim, o matrimônio aconteceu, mas nunca fora de fato uma união feliz.

A jovem, de grande beleza, era cobiçada por homens muito mais novos e atraentes que o aristocrata, que tornava-se cada vez mais ciumento. Um dia, num rompante de raiva e ciúmes, ele decidiu tirar a vida de sua jovem esposa para que ela não pudesse ser desejada por mais ninguém. 

O padre da cidade determinou que a jovem havia sido “malmuerta”, ou seja, vítima de um assassinato injusto de seu marido, que foi condenado a vender todos os seus bens e erguer uma torre chamada “Torre de la malmuerta” no castelo onde cometera o crime. A torre seria uma homenagem à vítima e, ao mesmo tempo, um pedido de desculpas póstumo. 

A ilha de San Borondón
A lenda conta que, no arquipélago das Canárias, próximo à costa noroeste da África, existe uma ilha que aparece e desaparece constantemente, envolta por um poderoso feitiço. O nome da ilha é uma homenagem a San Borondón de Clonfert, um irlandês que atravessou o Oceano Atlântico como um missionário evangelizador.

Durante a Idade Média, San Brandón, como também é conhecido, a definiu como o paraíso na terra, e sua fama logo se espalhou por toda a Europa. No entanto, nenhum navegante jamais conseguia localizá-la, mesmo com ajuda de mapas e instrumentos de navegação. 

Posteriormente, uma explicação científica foi atribuída como a solução para a lenda da ilha de San Brandón. O seu desaparecimento seria causado pelo denso nevoeiro que cobre a região periodicamente, dando a impressão de que não há nada por lá. Até hoje, a ilha é conhecida como “a ilha encantada”, “a ilha secreta”, entre outros títulos. 

Esse folclore espanhol pode ter ligação com a lenda irlandesa de Hy-Brasil, uma ilha mágica que se movia pelo Atlântico e só poderia ser encontrada por homens puros e justos. Curiosamente, essa lenda também pode estar, segundo alguns pesquisadores, associada ao nome do Brasil.

Da Redação
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