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Tarcísio afirma que nunca foi "bolsonarista raiz" e diz que não entrará em "guerra ideológica"

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Foto: Arquivo Cidade Verde

Governador eleito de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos) declarou nesta segunda-feira (5) que nunca foi "bolsonarista raiz" e que não quer entrar em uma "guerra ideológica" em seu governo.

"Eu nunca fui bolsonarista raiz. Comungo das ideias econômicas, principalmente, desse governo Bolsonaro. A valorização da livre iniciativa, os estímulos ao empreendedorismo, a busca do capital privado, a visão liberal", disse. "Sou cristão, contra aborto, contra liberação de drogas, mas não vou entrar em guerra ideológica e cultural."

Para o político, o "Brasil está muito tenso e dividido" e, por isso, é "preciso pacificar". Ele relatou que recebeu críticas por enviar uma mensagem de apoio, via redes sociais, para a família de Luiz Antônio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo, que morreu no mês passado.

"Depois, tinha um evento em que teve um jantar com ministros do STF [Supremo Tribunal Federal], STJ [Superior Tribunal de Justiça], TSE [Tribunal Superior Eleitoral], TCU [Tribunal de Contas da União]. E, na divisão das mesas, me botaram ao lado do ministro Barroso. Queriam que eu me levantasse e saísse? Sou governador eleito de São Paulo. Vou conversar com ministros do STF", disse.

Luís Roberto Barroso é um dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), criticado frequentemente por Bolsonaro e seus apoiadores.
Tarcísio ressaltou que não repetirá o "erro" já cometido na gestão de Jair Bolsonaro (PL) de "tensionar" as relações com os demais Poderes.

"Vamos conversar com ministros do STF. E Barroso é um ministro preparadíssimo, razoável. Sempre que eu, na condição de ministro [da Infraestrutura], precisei dele, ele ajudou o ministério. Sempre votou a favor das nossas demandas. Mas 'os caras' me esculhambaram", disse.

Tarcísio também comentou que tem gratidão por Bolsonaro, mas revelou que diz para o amigo "sair" do casulo para liderar uma oposição de centro-direita ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Tenho muita gratidão pelo presidente e temos conversado quando vou a Brasília. Tenho falado muito da necessidade de ele sair do casulo, de se posicionar como liderança de centro-direita, de atuar na sucessão da mesa e fazer uma oposição responsável e ser voz crítica, por exemplo, da maneira como a PEC [da Transição] foi apresentada", afirmou.

Bolsonaro tem evitado aparições públicas após a derrota para Lula, mas tem ido a alguns eventos oficiais nos últimos dias.
Nesta segunda-feira (5), o presidente chorou ao participar de uma cerimônia das Forças Armadas em Brasília, apesar de não ter discursado. Imagens da TV Brasil mostram o presidente emocionado e secando as lágrimas ao cumprimentar os oficiais promovidos.

Sobre conversas com Lula, Tarcísio disse ser "fundamental ter uma conversa com o governo federal" e, "obviamente, quando for chamado, depois da posse, vou lá sem problema nenhum e quando entender que preciso recorrer a ele também".

"Graças a Deus, São Paulo depende pouco [do governo federal], mas há muitas áreas em comum. Políticas de habitação são complementares, a saúde só funciona bem quando for complementar a atuação, tem sempre a questão da recuperação da saúde financeira das Santas Casas", completou.


Fonte: Folhapress

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