Cidadeverde.com

Poeta picoense de 103 anos traz memórias de uma Picos que avançou no tempo

Imprimir

Fotos: Paula Monize - Cidadeverde.com/picos

Picoense da gema, poeta, com 103 anos de história. Patriarca de uma prole de 15 filhos, mudou sua vida na ‘Cidade Modelo’. Essa é a descrição de José Francisco de Matos que traz memórias de uma Picos antiga, que ele viu crescer e se desenvolver em mais de um século de existência.

Natural do Povoado Baixio da Pitombeira, zona rural de Picos, José Francisco de Matos em 1962 veio para a cidade com toda a família em busca de oportunidades.

Com raízes na roça, o picoense passou também a trabalhar no mercado municipal, onde a esposa fazia comida para vender, alimentando quem por ali passava. 

“A gente plantava algodão, milho e arroz, para sobreviver mesmo. Foi aí que vimos que as coisas precisavam melhorar. Vim para a cidade com o meu filho José de Matos Filho e construímos nossa casa. Só depois trouxemos toda a família. Quando a gente chegou aqui não sentimos muitas dificuldades, pois sempre trabalhamos muito. A labuta era no mercado e na roça, foi um tempo muito bom, foram 15 anos no mercado [emocionou], sinto muitas saudades, fiz muitos amigos”, relatou José Francisco de Matos.

José Francisco de Matos ao lado de dois dos 9 filhos ainda vivos

O picoense centenário traz memórias de uma Picos antiga, que avançava rapidamente no tempo. Eram famílias que aqui residiam, outras que passavam a ter Picos como o seu novo lar, buscando a prosperidade diante de uma realidade tão dura.

"Picos representa muita coisa boa, mudou a minha vida e da minha família. Hoje tudo mudou, antes era muito difícil, a realidade era dura, a gente vivia com muito pouco, mas também era muito feliz. Essa cidade recebeu gente de todo lugar, pessoas que acreditavam em Picos”, frisou.

José Francisco de Matos é ainda poeta. As rimas brotam com facilidade, a voz falha demonstra os 103 anos bem vividos. Durante a entrevista ao Portal Cidadeverde.com/picos, seu José Matos ainda recitou uma poesia que fala um pouco de si mesmo. 

"Sou Zé Rufino do Baixio da Pitombeira, um poeta classificado, com minha rima. O que eu fizer está feito e o que eu disser está dito. Vamos pensar em Deus porque o céu é bonito”, finalizou.

Nesta segunda-feira (12 de dezembro) Picos celebra 132 anos de história. Por essa razão, contamos a história de um picoense que vive parte desta história, exatos 103 anos. É a memória viva de quem conhece a cidade ao longo do tempo e faz dela sua grande paixão.

 

Paula Monize

[email protected]

 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais