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Clubes mais ricos do mundo viram coadjuvantes na semifinal da Copa

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A seleção brasileira foi eliminada da Copa do Mundo de 2022 por três jogadores do Dínamo de Zagreb, atual campeão croata e último colocado em seu grupo na atual edição da Liga dos Campeões da Europa. 

É no clube que jogam o goleiro Dominik Livakovic, que fez dez defesas com a bola rolando e uma na disputa por pênaltis, o atacante Bruno Petkovic, que marcou o gol de empate, e o ponta Mislav Orsic, que deu a assistência.

Portugal, por sua vez, caiu nas quartas de final diante do Marrocos, com um gol de Youssef En-Nesyri e graças às defesas do goleiro Yassine Bounou, ambos do Sevilla, atual 18º colocado do Campeonato Espanhol. 

Outros dois destaques da primeira seleção africana a chegar nas semifinais são o meio-campista Azzedine Ounahi e o ponta Sofiane Boufal, ambos do Angers, último colocado da Liga Francesa.

A Argentina de Lionel Messi precisou ser o time de Emiliano "Dibu" Martínez para superar a Holanda nos pênaltis. O goleiro que manteve vivo o sonho do tricampeonato mundial joga no Aston Villa, 12º colocado na Premier League.

Em comum, esses protagonistas das quartas de final têm o fato de não jogarem nos times mais ricos ou badalados do planeta. Apenas 38 dos 102 jogadores que podem ser escalados para a reta final da Copa do Mundo atuam nas 20 equipes de maior faturamento do planeta.

De acordo com o estudo Football Money League, da consultoria Deloitte, o Manchester City é o clube de maior faturamento anual no mundo.

Mas, nas semifinais da Copa, o clube comandado por Pep Guardiola é quase invisível: o único jogador dos Citizens que pode ser campeão mundial é o argentino Julián Álvarez, reserva de Erling Haaland no time inglês.

O Real Madrid, atual campeão da Champions League e segundo na lista de faturamento, tem três representantes entre os semifinalistas: os franceses Aurélien Tchouaméni e Eduardo Camavinga, e o croata Luka Modric.

O arquirrival Barcelona, quarto colocado na lista da Deloitte, é representado apenas por outros dois franceses: Jules Kounde e Ousmane Dembelé.

Quinto colocado na lista de faturamento anual, o Manchester United também tem apenas dois jogadores envolvidos na semifinal: o argentino Lisandro Martínez e o francês Raphael Varane.

Em 2018, impulsionado pela presença da Inglaterra nas semifinais, o clube era representado por sete jogadores nesta fase da Copa.

O Bayern, terceiro clube mais rico do mundo, segundo o levantamento Football Money League, é a exceção que confirma a regra. 

Entre os dez clubes que mais faturam no mundo, apenas a equipe da Baviera tem mais de três jogadores nas semifinais. São cinco: os franceses Dayot Upamecano, Benjamin Pavard e Kingsley Koman (os dois últimos, reservas); o marroquino Noussair Mazraoui; e o croata Josip Stanisic, que ainda não entrou em campo no Mundial.

Ao lado do Bayern no topo da lista com cinco jogadores estão dois clubes espanhóis: Sevilla e Atlético de Madri. A equipe andaluza tem, além dos heróis marroquinos En-Nesyri e Bounou, os argentinos Marcos Acuña, Papu Gómez e Gonzalo Montiel. 

Já os madrilenhos contam com o francês Antoine Griezmann, o terceiro goleiro croata Ivo Grbic, e outro trio de argentinos, formado por Rodrigo De Paul, Angel Correa e Nahuel Molina.

O Dínamo de Zagreb, dos três carrascos brasileiros –Livakovic, Orsic e Petkovic–, conta também o zagueiro Josip Sutalo, que ainda não entrou em campo nesta Copa do Mundo.

Outro exemplo de clube que tem uma cota surpreendente de semifinalistas é o Wydad Athletic, de Casablanca.

A equipe marroquina é a casa de três jogadores da seleção africana: o terceiro goleiro Ahmed Tagnaouti, o lateral Attiyat Allah e o volante Yahya Jabrane. Os três foram campeões da Champions League africana com o técnico Wallid Regragui, em maio deste ano.

O bom exemplo de relação entre quantidade e qualidade é o PSG, que tem apenas três representantes na semifinal, mas todos são fundamentais para as suas seleções: Lionel Messi (Argentina), Kylian Mbappé (França) e Achraf Hakimi (Marrocos).

PREMIER LEAGUE SUPERADA

Campeonato nacional mais prestigiado do mundo, a Premier League também se transformou em coadjuvante na reta final da Copa do Mundo do Qatar. Além dos mirrados números do Manchester City (um jogador) e do Manchester United (2), o Campeonato Inglês tem outros exemplos de baixa representatividade.

Líder da temporada 2022/23, o Arsenal tem apenas um atleta na semifinal: o zagueiro francês William Saliba, que só jogou 27 minutos no torneio até agora. Da defesa reserva da França vem também o único representante do Liverpool, atual vice-campeão europeu: Ibrahima Konaté.

O clube da Premier com mais representantes entre os 102 jogadores que podem ir a campo nesta última semana de Mundial é o Tottenham, que tem sob contrato o goleiro francês Hugo Lloris, o zagueiro argentino Cristian Romero e o meia croata Ivan Perisic.

Somados a mais dois representantes do Chelsea, dois do West Ham, um do Aston Villa e um Brighton, os jogadores que atuam na elite da Inglaterra chegam a 14. A Liga Espanhola, maior rival dos ingleses na luta pelo protagonismo europeu, tem 20 atletas de seus clubes na reta final da Copa.

THIAGO ARANTES
BARCELONA, ESPANHA (UOL-FOLHAPRESS)

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