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Motoristas aprovam nova greve, mas aguardam reuniões com vereadores e donos de consórcios

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Fotos: Divulgação/Sintetro

 

Os motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina aprovaram greve geral ontem (28) durante assembleias, dando ultimatos para prefeitura e donos de consórcios. 

Os motoristas estão dispostos a aguardar até a próxima semana para que apresente uma nova proposta. Se a categoria não tiver uma resposta concreta, os motoristas vão deflagrar uma greve por tempo indeterminado, provocando uma crise sem precedente no sistema.

O que os motoristas reivindicam:

Assinatura da convenção coletiva
Salário do motorista R$ 2.380 com jornada de 7h20
Tíquete alimentação – R$ 600
Plano de saúde


O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte Rodoviários do Piauí (Sintetro), Antonio Cardoso ressalta que é importante a assinatura da convenção coletiva para não receber salários atrasados. Ele esclareceu ainda que os motoristas reivindicam salário que não cobram as perdas inflacionárias. 

“Vamos aguardar essa reunião na Câmara com os vereadores e com os consórcios para tentar encontrar uma nova saída. Estamos abertos para o diálogo e se não tiverem propostas vamos deflagrar uma greve por tempo indeterminado”, disse Cardoso 

Ontem, o Sintetro realizou duas assembleias. Uma no período da tarde e outra no período da manhã, para tratar sobre a situação da convenção coletiva, que aguardam para ser assinada pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).

De acordo com o secretário de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte Rodoviários do Piauí (Sintetro), Cláudio Gomes, nas duas assembleias os trabalhadores decidiram que vão deflagrar greve.

“Desde outubro do ano passado iniciamos as conversas, mas até o momento não houve retorno do Setut, que sempre culpa a prefeitura de Teresina. Tivemos duas assembleias e foi unânime, todos decidiram votar pela greve, só que ainda não colocamos uma data”, disse Cláudio.

Ele explicou que vão aguardar as próximas reuniões que devem ocorrer na Câmara Municipal e com representantes do governo para ser decidida a data da greve ou se ela realmente vai acontecer.

“Vamos aguardar um pouco para iniciar a greve porque na sexta-feira teremos uma reunião com os vereadores, a gente tá vendo que o governo do estado também está se manifestando. Tivemos uma reunião com o Fábio Novo, e ele afirmou que existe um compromisso para se resolver essa situação, então pode ser que essas reuniões ponham fim nessa greve, por isso vamos aguardar um pouco”, explicou.

Convenção coletiva para garantir direitos

A categoria vem enfrentando vários problemas e com a pandemia a situação se agravou. Segundo o Sintetro, hoje eles ganham menos do que recebiam em 2019, há 4 anos.

O sindicato informou que em 2019 o motorista recebia R$ 2.039, houve uma redução, e hoje recebem R$ 2 mil. O ticket de alimentação que antes era de R$ 611, hoje é R$ 170. O cobrador que há quatro anos recebia R$ 1.188,86, atualmente recebe um salário mínimo, ou seja, R$ 1.302. O plano de saúde que eles tinham, não recebem mais.

Além disso, a categoria sofre com os atrasos nos pagamentos. Em novembro o Setut chegou a alegar que não pagaria o 13º salário, por falta de repasses da prefeitura.

Agora a categoria quer a assinatura da convenção coletiva, com reajuste de 20% nos salários. Assim o motorista iria passar a ganhar R$ 2.380 e o cobrador R$ 1.600. Eles também querem um ticket de R$ 600 para todos, além do plano de saúde.

“Desde outubro estamos negociando, e em janeiro já deveria estar assinada. É a assinatura da convenção coletiva que garante que o salário será pago no dia certo, que vai ser na quinzena do dia certo, porque somos pagos nos dias 5 e 20. Só com a convenção coletiva assinada é que os empresários cumprem com essas datas, sem ela não cumprem. Eles não pagam plano de saúde, ticket, não pagam benefício nenhum. Estamos recebendo menos do que a gente ganhava em 2019, por isso queremos esse reajuste de 20%”, informou.

Setut se manifesta

O Setut informou que qualquer paralisação que seja realizada será irregular e abusiva. Disse ainda que a convenção coletiva ainda está em negociação, e que vai tomar medidas legais para que a greve não aconteça.

"Alguns desses sindicalistas, por decisão pessoal, estão buscando receber o auxílio saúde e auxílio do ticket alimentação, fora do período correto, uma vez que a Convenção Coletiva de Trabalho para 2023 ainda está em negociação pelos dois sindicatos e, com isso, as empresas não podem conceder benefícios ainda não negociados. Além do motivo acima, infelizmente o sistema ainda carece do repasse financeiro contratual por parte da prefeitura, para os consórcios operacionais poderem fazer suas obrigações", destacou.

Confira a nota na íntegra:

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que será irregular e abusiva, qualquer paralisação que alguns dirigentes sindicais possam vir a realizar nos terminais do sistema. 

Alguns desses sindicalistas, por decisão pessoal, estão buscando receber o auxílio saúde e auxílio do ticket alimentação, fora do período correto, uma vez que a Convenção Coletiva de Trabalho para 2023 ainda está em negociação pelos dois sindicatos e, com isso, as empresas não podem conceder benefícios ainda não negociados.

Além do motivo acima, infelizmente o sistema ainda carece do repasse financeiro contratual por parte da prefeitura, para os consórcios operacionais poderem fazer suas obrigações.

O SETUT já está tomando as providências jurídicas necessárias para coibir essa ação de alguns sindicalistas, e reitera que essa ação de paralisação de forma irregular prejudica sobremaneira a sociedade, notadamente os clientes usuários do transporte, que necessitam diariamente se deslocarem.

 

Bárbara Rodrigues
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