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PM abordou suspeitos de matar grávida no RJ três horas antes do crime

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Foto: Reprodução/Polícia Civil 

A Polícia Militar do Rio de Janeiro abordou os dois suspeitos de matar a engenheira Letycia Fonseca Peixoto, 31, cerca de três horas antes do crime. A informação consta na representação de prisão feita pela Polícia Civil contra o professor universitário Diogo Viola de Nadai, apontado como o mandante do assassinato. Ele está preso.

Nadai se relacionava havia cinco anos com Letycia, que estava grávida de oito meses. Ela foi morta às 21h20 do último dia 2, com cinco tiros, quando chegava em casa, em Campos dos Goytacazes, região norte do estado. O bebê também não sobreviveu.

Em depoimento, o PM responsável pela abordagem, lotado no BPRV (Batalhão de Polícia Rodoviária), afirmou que estava em patrulhamento quando notou um Voyage branco, sem placa, transitando em alta velocidade.

Após perseguição, o agente perdeu a dupla de vista, mas "viu uma estrada de chão vicinal, perpendicular à RJ 238 e imaginou que eles pudessem ter entrado nessa estrada para se esconderem". O policial relatou, então, que "também entrou nessa estrada e encontrou o carro parado com eles do lado de dentro, com a porta do motorista aberta e o carro desligado".

O policial disse ter confirmado que o automóvel pertencia à mãe de um dos suspeitos. Ainda segundo o PM, não havia mandado de prisão contra eles e, por isso, os liberou. Antes, porém, fotografou a dupla. Depois do crime, entregou a imagem à Polícia Civil.

Foto: Arquivo Pessoal 

Em nota, a corporação declarou que "o policial militar realizou abordagem aos ocupantes do veículo citado e, após revista pessoal e no automóvel, nenhuma restrição foi encontrada e não houve apreensões". Ainda de acordo com a PM, o comando do Batalhão de Polícia Rodoviária abrirá um procedimento para apurar o caso.

Estavam no veículo Dayson dos Santos Nascimento, 21, e Fabiano Conceição da Silva, 20.

O primeiro disse, segundo a polícia, que dirigiu a moto utilizada no ataque a Letycia e que teria sido contratado para um roubo, não um homicídio.

O segundo estava na garupa da moto e é apontado pela polícia como autor dos disparos contra a engenheira. Ele permaneceu em silêncio na delegacia.

Os advogados deles não foram localizados pela reportagem.

Para o crime, de acordo com a Promotoria, Nadai teria pago R$ 5.000 a Gabriel Machado Leite, produtor de eventos que conheceria Dayson. Teria sido Leite a pessoa responsável por contratar Dayson e Fabiano, que seriam integrantes do TCP (Terceiro Comando Puro).

Nadai e Leite teriam sido apresentados em um evento de poker.

Ainda de acordo com o promotor Fabiano Rangel Moreira, a divisão da quantia teria sido feita da seguinte forma: R$ 1.250 para um traficante conhecido como Rhuan, chefe da facção, que teria autorizado Dayson e Fabiano a praticarem o crime, e cada um também teria recebido o mesmo valor.

A parcela restante teria sido entregue a João Gabriel Ferreira Tavares, dono da moto usada pelos criminosos. Preso, ele negou que tenha cedido o veículo.

Leite negou à polícia ter contratado Dayson, mas disse que o apresentou a Nadai, que, segundo ele, procurava por um pintor. O produtor de eventos também está preso.

Rhuan não foi localizado pela polícia.

Procurada pela reportagem, a defesa de Diogo Nadai não se manifestou.

Noite do crime Letycia havia saído de casa para dar uma volta de carro com uma tia e a mãe. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o veículo retorna após a volta no bairro. Foi quando o crime ocorreu.

No vídeo é possível ver que a mãe de Letycia, que já havia descido do veículo, tenta evitar que o homem continue a realizar os tiros e vai na direção dele.

Ele, então, cai da moto e realiza um disparo, que a atinge a perna da mãe da vítima. Levada para um hospital, o estado de saúde dela é estável.

As imagens mostram que o atirador, após ser derrubado pela mãe da grávida, sobe novamente na moto; a dupla consegue fugir. Os dois acabaram presos dias depois.

 

Fonte: Folhapress (Bruna Fantti) 

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