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Entidades vão fundar memorial no Piauí contra a ditadura e lembrar horrores do regime

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Na primeira agenda como governador em exercício do Piauí, Themistocles Filho (MDB) participou, nesta sexta-feira (31) de um ato em favor da democracia. Na solenidade foi anunciada a criação de um Memorial da Resistência e Democracia, no Centro de Artesanato Mestre Dezinho, centro de Teresina. O monumento vai contar com uma estátua, representando uma vítima do “Pau de Arara, além de uma série de painéis que relembram a memória de figuras e presos políticos perseguidos durante do período da Ditadura Militar em 1964. Hoje, foi o lançamento da pedra fundamental da obra. 

O Pau de arara é um método de tortura física cuja vítima é amarrada com os membros suspendidos. O objetivo é causar fortes dores nas articulações e músculos, bem como dores de cabeça e traumas psicológicos. 

A inauguração vai acontecer no dia 28 de agosto. O lançamento acontece neste dia 31 de março em alusão aos 50 anos do Golpe Militar de 64. 

“Aqui era o antigo quartel da PM, foi onde alguns presos políticos cumpriram pena. Temos que jamais voltar ao que aconteceu no passado, o melhor regime é o que o povo escolhe, pode ter divergências, mas, é a maioria que vence. Fico feliz em estar iniciando esses atos de manifestação àqueles que lutaram na época”, destacou o governador em exercício. 
Registros da ditadura no Piauí 

Segundo o Comitê da Verdade de Teresina, autor da proposta do monumento, pelo menos 37 pessoas foram presas, torturados, cassados, demitidos ou processados nas cidades de Teresina, Parnaíba, Piracuruca, Campo Maior, Piripiri durante o período da Ditadura Militar. 

Informações levantadas pelo grupo, ainda apontam que, pelo menos nove parlamentares tiverem seus mandatos cassados e perderam os seus direitos políticos na mesma época. Entre eles, o pai de Themistocles Filho, Themistocles Sampaio. Um projeto de decreto legislativo, apresentando pelo deputado Fábio Novo (PT) anulou a cassação dos parlamentares. 

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

“Eu vivi de perto, porque meu pai era deputado e foi cassado, assim como outros. O Fábio fez esse projeto resgatando pelo menos a memória e, agora, temos esse conjunto, em agosto ou no início de setembro teremos esse projeto para termos esse projeto. Hoje estamos dando o ponta”, acrescentou o emedebista em discurso. 

Há ainda informações sobre dois piauienses que foram mortos: Antônio de Pádua Costa e Antônio de Araújo Veloso, ambos com atuação na guerrilha do Araguaia, ação armada comandada pelo Partido Comunista do Brasil - PCdoB, no início dos anos 70.

Alguns dos perseguidos políticos marcaram presença na solenidade: Reginaldo Furtado, Pedro Laurentino e Aldir Nunes. 


Paula Sampaio 
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