Perdão, inteligência espiritual, resiliência, honra e respiração consciente foram alguns dos temas discutidos pela Monja Coen, que em Teresina, deu palestra nesta sexta-feira (31) com auditório lotado. Em sua fala, a monja alertou sobre a necessidade que temos de “sair do ego” e despertar o nós, o coletivo.
Sua palestra “Qual a sua verdadeira pergunta”, a monja Coen falou para juízes, público e servidores no auditório do Tribunal Regional do Trabalho, da 22ª Regional (TRT22).
Uma das líderes espirituais mais respeitadas no país abriu a palestra falando sobre a importância da respiração consciente, a meditação e de estar presencialmente em um local para sentir a energia do outro.
Para ela, o momento é de despertar e sair do ego.
“Ao invés de reclamarmos das dificuldades, devemos agradecer ao acordar. Qual pergunta em mim não quer calar. A procura é o encontro e o encontro é a procura e não tem fim. Chegou a hora de despertar e sair do ego, despertar a consciência do nós”, disse.
Na palestra, a monja Coen falou sobre os riscos da internet e da inteligência artificial, que para ela são tecnologias que ajudam, mas que podem ser usadas para o mal.
“Quantos abusos são cometidos pelo virtual. Estamos entrando num mundo que vão ter projeções [tecnológicas] ainda maiores. Imagina meu holograma aqui dando essa palestra. Agora, qual o risco: colocar palavras na boca da pessoa que ela não falou. Estamos vivendo algo que pode ser perigo. Mas, que se bem usada, pode vir para melhorar, a exemplo das redes sociais e da inteligência artificial”, pontuou a líder espiritual.
Não somos iguais, somos semelhantes
Um pedido que a monja Coen fez para quem acompanhou a palestra foi que procurassem ser únicos e não iguais. Ela justificou que cada um tem particularidades e que as pessoas não são iguais, mas semelhantes.
“Igualar-se também não é bom. Não somos iguais, somos semelhantes. Não se igualar não é se rebaixar ou olhar pra cima”, disse.
A monja lembrou da importância da inteligência espiritual e que as pessoas mudam com o tempo tanto no físico, psicologicamente, emocionalmente e no espirito.
Ela defendeu a resiliência mesmo nos momentos mais difíceis.
“Resiliência é aguente. É difícil, mas aguente, não desista de você e nem da vida”, disse contestando a frase: “errando que se aprende”. “É falácia dizer que errando é que se aprende, precisamos é corrigir o erro”.
Sobre os erros, ela fez uma comparação ao dirigir um carro. “Dirigindo um carro e você vê um poste, então se corrige a rota para não bater. Todos podemos nos enganar, mas podemos corrigir o erro. Ficamos mais leves”, completou a monja Coen.
A monja também citou o Papa Francisco ao falar sobre o perdão. “O Papa Francisco gosta de dizer: perdoe a todos, perdoe tudo. Isso não significa impunidade, não a cultura da raiva, dos rancores, mas a do perdão”.
Além da monja Coen, o evento do TRT-22 também contou com a palestra da ministra Morgana de Almeida Richa, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), com o tema “Audiências e julgamentos - presenciais e tele presenciais”. Participaram da palestra servidores do TRT-22, budistas e pessoas da sociedade civil.
Nataniel Lima e Yala Sena
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