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Lula cobra ministros por mais entregas a uma semana dos 100 dias de governo

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Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cobrar integrantes do seu primeiro escalão para realizar mais entregas e divulgar melhor os feitos do governo, a uma semana de a sua gestão completar cem dias.

O mandatário vem pressionando os ministros a apresentar novas medidas, repetindo que ele tem pouco tempo na Presidência. Na manhã desta segunda-feira (3), fez a última reunião com auxiliares por setor ?desta vez, com as áreas produtiva e industrial.

De acordo com relatos, ele também disse que é preciso que os ministros divulguem os feitos de suas pastas, porque avalia que essas informações não estão chegando à população na ponta.

O presidente costuma dizer que sua gestão tem se ocupado mais em reconstruir programas sociais desmontados pelo antecessor, Jair Bolsonaro (PL), numa referência ao fato de que as principais ações apresentadas até agora são programas reciclados, como Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família.

"Na próxima segunda-feira [10], ao fazer avaliação dos cem dias, vamos ter que anunciar o que a gente vai fazer para frente, porque os cem dias vão fazer parte do passado. A gente vai ter que discutir o que fazer do ponto de vista do investimento na área industrial agrícola, o que a gente vai fazer na área de ciência e tecnologia", disse o petista em discurso no começo da reunião. A fala foi transmitida pela TV Brasil.

Antes de embarcar para a China na próxima terça-feira (11), Lula fará reunião com os seus 37 ministros, quando será apresentado um apanhado de tudo o que foi feito nos cem primeiros dias, além de propostas para o que realizar neste ano.

Nesse pacote de cem dias, por exemplo, será apresentado o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O programa também será reciclado de gestões anteriores, mas terá algumas novidades e outro nome.

A mudança foi solicitada pelo próprio Lula, em uma outra reunião. À época, o mandatário pediu ao ministro Paulo Pimenta (Secom) que bolasse um novo nome para o programa, para mostrar que o governo "está inovando".

Há uma preocupação especial de Lula em dar publicidade ao seu governo, sob a alegação de que as realizações não estão chegando para a população.

A cobrança nesse sentido recaiu sobre todas as pastas de forma geral: o chefe do Executivo disse querer que todos os ministros apresentem um plano de divulgação das medidas.

Segundo pesquisa Datafolha, Lula chega aos primeiros três meses de mandato com aprovação de 38% e reprovação de 29%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

A desaprovação a Lula é igual à registrada por Bolsonaro no mesmo momento de seu governo (30%), em 2019. O ex-presidente, porém, era menos aprovado do que o petista, com 32% de ótimo/bom.

Lula também marca um início de governo com popularidade inferior à registrada nas suas duas passagens anteriores pelo Palácio do Planalto. Nos 90 dias de 2003, ele era aprovado por 43%, com apenas 10% de reprovação; enquanto a marca foi a 48% e 14%, respectivamente, no mesmo período em 2007.

Na reunião da manhã desta segunda, Lula também aproveitou para criticar quem chamou de "pessimista" com a economia brasileira. Ele disse discordar de avaliações negativas sobre o PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.

A declaração ocorreu na abertura de reunião com ministros no Palácio do Planalto, no mesmo dia em que o Boletim Focus divulgou média da projeção de crescimento do PIB estacionada em 0,9%.

"[Eu] Disse para o Fernando Haddad semana passada que não concordo com avaliação negativa que o PIB vai crescer 0,1%, de que o PIB não sei das quantas", disse Lula aos ministros.

"Vamos ver o que vai acontecer quando a chamada economia micro, pequena e média começar a acontecer nos rincões deste país. Vamos ver o que vai acontecer quando as pessoas começarem a produzir mais, a comprar mais, a vender mais. A gente vai perceber que a economia vai dar salto importante", continuou.

O Boletim Focus é divulgado semanalmente pelo Banco Central e traz as previsões e expectativas de agentes do mercado para indicadores brasileiros.

A declaração também ocorre num momento em que a porcentagem de brasileiros que anteveem uma piora na economia subiu de 20% para 26%, de acordo com pesquisa Datafolha.

Entre os que contam com uma melhora, houve uma queda de 49% para 46%; e 26% dizem acreditar que não haverá mudança nos rumos da atividade econômica.

 

Fonte: Folhapress, CATIA SEABRA, JULIA CHAIB E MARIANNA HOLANDA

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