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Vereador do PSD vai assumir prefeitura de São Lourenço após cassação do prefeito

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Foto: Câmara Municipal de São Lourenço

O presidente da Câmara de São Lourenço do Piauí, Iran Damasceno Ribeiro (PSD), de 57 anos, vai assumir a prefeitura de São Lourenço do Piauí, a 547 km de Teresina, após a cassação dos mandatos do prefeito Biraci Damasceno Ribeiro (PSD) e do vice-prefeito Valdeci Paes de Castro (PSB). Ele afirmou que ainda não existe previsão de posse e considerou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma injustiça.

A cassação ocorreu na terça-feira (11). O prefeito e a vice foram afastados após denúncia de compra de votos nas eleições de 2020. 

Ao Cidadeverde.com, o presidente da Câmara criticou a decisão do TSE. Iran Damasceno é do mesmo partido do prefeito, o PSD.

“Foi uma injustiça o que fizeram, não teve isso [de compra de votos]. Eu como presidente da Câmara vou ter que assumir, mas não concordo [com a cassação]. Ainda não tem data para a posse, mas já fui informado que o ofício está na Comarca de São Raimundo Nonato”, afirmou.

Iran é vereador desde as eleições de 2004 e tem cinco mandatos e nunca concorreu para a prefeitura. Ele afirmou que espera ter ajuda do prefeito cassado.

“Eu quero que ele me ajude após eu assumir, pois ele que sabe como funcionam as coisas na prefeitura. Essa decisão [do TSE] não foi boa. É ruim para o município o que está acontecendo, vamos ter outra eleição e eu acho que isso só vai atrasar mais a nossa cidade, que é pequena”, destacou.

Uma eleição suplementar deve ser marcada em data que ainda será marcada.

Entenda o caso

A coligação A Vitória é do Povo e a candidata Michelle de Oliveira Cruz ajuizaram, respectivamente, uma representação e uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime), nas quais acusaram a chapa vencedora de oferecer dinheiro e outras vantagens em troca do apoio do eleitorado. Para subsidiar as alegações, as recorrentes afirmaram que tanto Biraci Ribeiro quanto Valdeci de Castro assumiram as irregularidades praticadas no último pleito municipal.

Segundo a denúncia, em entrevista concedida à Rádio Serra da Capivara em 18 de novembro de 2020, o prefeito teria admitido que praticou boca de urna na data da votação. 

Também foram apresentados pela coligação e pela candidata adversária dois áudios captados em local público em que o vice-prefeito reconhece que a oferta de benefícios a eleitores foi determinante para garantir a vitória nas urnas.

Quando o caso foi julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Piauí, a cassação foi negada, mas a ex-candidata ingressou com um recurso no TSE.

Em julgamento realizado no dia 11, o TSE decidiu por unanimidade, pela cassação e reformou a decisão TRE, por entender que não havia dúvidas sobre o valor de R$ 2 mil citados em gravações ambientais e em depoimentos prestados por testemunhas equivale à quantia oferecida pelos políticos em troca do apoio do eleitorado.

O TSE determinou novas eleições e ordenou multa no valor de 50 mil Ufirs para o prefeito e vice.

 

Bárbara Rodrigues
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