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Família busca explicação sobre morte de Pizzaiolo e lembra rotina da vítima

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Foto: Adriana Magalhães/Cidadeverde.com

Abalada a família do pizzaiolo, Manoel Vitório Neto, ainda não acredita na morte do rapaz. "Eu não acreditei que meu filho estava lá naquele buraco", relembra o pai do jovem José Vitório Neto. Inconsolável, Maria Noris Lima Serejo, mãe da vítima não teve condições de falar com nossa equipe. 

A família mora no bairro Pedra Mole desde a fundação do bairro. "Criei meus seis filhos nesta casa, trabalhando muito, eu e a mãe deles. Ele era bom filho e nunca me deu problema. Nenhum dos meus filhos me deu trabalho. Ele serviu ao Exército e desde o ano passado trabalhava como pizzaiolo. Ele gostava de judô e tinha a disciplina do esporte em tudo na vida dele", relembrou o pai.

Os vizinhos também relatam Manoel Neto como "rapaz calmo, centrado e muito responsável. Vimos ele e os irmãos desde pequenos aqui nessa rua", lembra Edna Santos, que talvez tenha sido a última pessoa a falar com Manoel Neto na madrugada desta terça-feira (02). "Eu sempre tenho insônia, ele me viu on-line na rede social e me deu um 'OI'. Isso era uma 4h", afirma Edna Santos.

Em meio a tristeza, a família tenta entender o que aconteceu antes do acidade. "Ele não costumava vir por aquela rua. Ele vem aqui pela avenida principal, que é mais largo e movimentado. Lá é muito perigoso, escuro, estreito, o pessoal tenta roubar as motos dos trabalhadores", explicou José Vitório.

A família levanta algumas hipóteses, mas que ainda carecem de investigação. "Pedimos as imagens das câmeras de um condomínio que tem perto de lá, para tentar entender o que ele estava fazendo lá. Eu penso que de duas uma ou ele estava sendo perseguido, alguém queria tomar a moto dele, porque só isso explica o fato dele está dirigindo tão rápido, ou, a culpa é da Prefeitura, porque ali está abandonado", finalizou o pai da vítima.

A moto que Manoel Neto utilizava para trabalhar era rastreada, um cuidado que a família tinha para saber quando o jovem estava chegando em casa. "Ficávamos de olho no rastreador, quando ele chegava aqui na rua, buzinava logo, e nós já abríamos o portal para ele entrar logo", explicou José Vitório.

Ontem o rastreador parou de funcionar e uma das irmãs de Manoel observou que ele vinha a 98 km/h. "Nos assustamos. Ele não é irresponsável. Ele não costuma correr. Fizemos contato, mas ele não atendeu", disse o pai da vítima.

A família iniciou as buscas e quando chegou ao local se depararam com a moto e o corpo de Manoel Neto.

A cratera onde Manoel foi encontrado fica em uma das muitas curvas da Rua Rafaello Rinaldi. No local, a Eturb realizava uma obra para corrigir os danos na pista causados pelo dissipador de um bueiro.

Manoel Vitório Neto deixa pai, mãe, cinco irmãos e muita saudade entre os vizinhos e colegas de trabalho. A pizzaria Savori, onde Manoel trabalhava, publicou nota de pesar nas redes sociais.

 

"Vai morrer mais gente", diz morador da Rua Rafarillo Rinaldi

Trafegar pela Rua Rafaello Rinaldi é um exercício de perícia e coragem. A via é estreita, de mão dupla, sem acostamento e está sendo invadida pelo mato. Na pista não há pintura delimitando a largura de cada via. No local, também, não existem placas alertando para as muitas curvas ou limitando a velocidade da via.

"Os veículos passam em alta velocidade, o vento chega a sacudir o portão", disse o pedreiro Paulo Silva, trabalhador de uma obra próxima ao local do acidente que vitimou Manoel Neto.

"O mato também está muito alto e invadindo a pista, isso tira a visibilidade da pista, a luz do led é muito fraca [referindo-se aos postes do local], não ilumina o suficiente. Chamamos a reportagem [se referindo a equipe da TV Cidade Verde que mostrou a situação do local no dia 18 de abril] e nada foi feito. O rapaz morreu. Tão novo. E vai morrer mais gente", disse o moto-taxista Edilson.

Após o acidente, a Eturb colocou placas na obra e, também ampliou o isolamento da área com fitas.

 

Adriana Magalhães

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