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Defensoria Pública realiza ações no Hospital Areolino de Abreu

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Fotos: Bárbara Rodrigues

Com o objetivo de proporcionar mais cidadania e inclusão para pessoas com transtornos mentais, a Defensoria Pública realiza nesta terça-feira (16) uma série ações no Hospital Areolino de Abreu, na zona Norte de Teresina. O evento 'Mente Cidadã' acontece até às 18h com serviços como emissão de RG e CPF, vacinações contra gripe e Covid-19, além de atendimentos de equipes do INSS, Defensoria da União.

"Hoje a Defensoria está desenvolvendo pela terceira vez o Mente Cidadã com atendimentos realizados por várias instituições, onde o público alvo são as pessoas que estão internadas e os seus familiares, então hoje é uma data importante para nós e  é uma ação onde a gente se desloca para trazer ações onde a população está. O acesso a documentação é o primeiro passo para que as pessoas tenham acesso aos seus direitos, então é uma ação de maior importância, pois é quando as pessoas vão ter acesso aos seus direitos, conseguindo a documentação civil poderão ter o cadastro único, poderão ter acesso a orientação jurídica e é um passo inicial para que as pessoas tenham acesso a cidadania e dignidade", disse a defensora-geral Carla Yáscar.

A assistente social do Aerolino de Abreu,  Francisca Soares, afirmou  que são atendidos no local 160 pacientes de todo o estado. Segundo ela, o evento traz cidadania aos pacientes, já que muitos dão entrada sem possuir qualquer tipo de documentação, o que dificulta a saída deles do local, assim como a garantia dos direitos.

"Atendemos 24h, somos porta aberta. Os pacientes chegam aqui trazidos pelos familiares  ou trazidos pelo Samu em crise, se for o caso de internação e tiver vaga, iniciamos o tratamento ou fica em observação 24h. O Aerolino de Abreu é o único do estado então trabalhamos na contramão da reforma, é um trabalho psiquiátrico onde policiamos a questão do tempo de permanência, para que não fiquem eternamente, e para que voltem ao local de origem, continuem trabalhando sua saúde no Caps mais próximo da residência.Temos 160 pacientes internados nas diversas áreas, sendo que são em média 40 compulsórias, que precisam de decisão do juiz para decidir se vai liberar ou não. Muitas vezes está internado e tem alta médica, mas só é liberado após perícia médica e é o juiz que decide", destacou.

Ela disse que ainda são muitos os preconceitos de quem recebe atendimento para transtorno mental.

"Esse preconceito é quando chamam de manicômio mental, tem muito esse pensamento da hospitalização, achando que vai ficar trancado para ser tratado, enquanto não é isso, o hospital está na perspectiva de tirar da crise. Estabilizou, ele pode retornar para casa, continuar o tratamento pelo Caps, então é importante essa descentralização do tratamento. O hospital se destina para a crise. Aqui estamos sempre cheios, pois somos o único hospital especializado do estado",  destacou.

Entre os internados está Cleidson Gomes de Sousa que está há 12 anos no hospital, após sair da Colônia Agrícola Major César para receber tratamento no Areolinobde Abreu. Ele saiu da internação compulsória e agora espera receber os benefícios do governo para conseguir voltar a Uruçuí. Antes ele não tinha documentação e conseguiu tudo por causa do atendimento realizado pela defensoria no local.

"Desde a major César estou aqui, mas hoje já estou bem, quero voltar para Uruçuí, voltar parava roça", afirmou Cleidson.


Bárbara Rodrigues
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