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Inadimplência bate novo recorde e atinge mais de 67 milhões de brasileiros

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Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com 

O conjunto de brasileiros com alguma dívida em aberto chegou a 67,3 milhões de pessoas no mês de maio. A marca representa o terceiro recorde mensal consecutivo na série histórica, iniciada em 2015 e apurada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

A pesquisa revela que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,31%) estavam negativados em maio deste ano. É uma alta de 9,42% em relação ao mesmo período de 2022.

Em média, cada devedor tem em aberto compromissos que somam cerca de R$ 4 mil. Mas a grande concentração está na faixa das dívidas bem menores (confira gráfico abaixo): três em cada dez consumidores (31,58%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 45,83% quando se fala de dívidas de até R$ 1 mil.

Valor em aberto

Volume geral

Em maio de 2023, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 20,86%, em relação ao mesmo período de 2022. Os bancos estão entre os principais credores destas dívidas: o volume de compromissos com essas instituições cresceu 33,76%, seguido de água e luz (17,25%). Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comunicação (14,47%) e Comércio (0,40%) apresentaram queda nos atrasos. 

Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de bancos, com 64,72% do total. Na sequência, aparecem comércio (11,28%), o setor de água e luz, com 10,79%, e o de comunicação, com 6,63% do total de dívidas. 

Setores

"Os setores de comércio e serviços são os mais impactados negativamente pela alta inadimplência, uma vez que o consumidor deixa de movimentar o mercado quando perde o crédito. Consequentemente, gera-se uma realidade de economia fraca, pouca geração de emprego e de renda" - José César da Costa, presidente da CNDL 

O maior aumento de inclusões é de devedores com tempo de inadimplência de 1 a 3 anos: são 18,23% do total. 

Inadimplência por faixa etária

Dívidas por faixa etária

O número de devedores com participação mais expressiva no Brasil em maio está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,81%): são 16,70 milhões de pessoas. A cifra equivale a 48,93% do total deste grupo etário; 51,07% são mulheres e homens respondem por 48,93%, entre todas as idades. 

"A alta inadimplência é um problema complexo e que exige uma combinação de ações como educação financeira, políticas públicas adequadas e condições econômicas favoráveis para que se tenha uma mudança efetiva de cenário. O país segue enfrentando muitos desafios econômicos com uma taxa de juros tão elevada", alerta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior. 

Para os analistas do CNDL/SPC, a conjuntura econômica do país compromete diretamente a proporção de dívidas sem quitação. 

"O desemprego em patamar elevado, a inflação que corroeu o poder de compra, especialmente das famílias de renda mais baixa, a taxa de juros elevada e a dificuldade de acesso ao crédito ou mesmo concessões de crédito inadequadas levaram muitos brasileiros ao endividamento excessivo e consequentemente à inadimplência. Por isso, é fundamental que o consumidor faça um levantamento de todas as suas dívidas e crie um plano de pagamento levando em conta a sua capacidade de pagamento das contas em atraso e os gastos básicos mensais", alerta Merula Borges, especialista em finanças da CNDL.

 

Fonte: SBT News

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