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Dia do Orgulho LGBTQIA+: saiba a importância da aceitação e apoio familiar

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Nessa quarta-feira (28), foi celebrado mundialmente o Dia do Orgulho LGBTQIA+, com o objetivo de conscientizar a população em geral sobre a importância do combate à violência contra esse público e para a construção de uma sociedade livre de preconceitos e mais igualitária. Em Picos o desing de sobrancelhas, Isaac Lian, relata sobre como foi o processo de aceitação como homem trans. Os indícios de um gênero diferente apareceram na vida quando ele ainda se chamava Tamara.

Na verdade, foi desde quando eu tinha uns catorze anos por aí, assim que eu comecei, acho que é aquela fase de namoro, conhecendo um menino aqui, um menino ali, e aí eu olhava pra eles e não sentia atração física pelo corpo masculino. Mas eu sentia uma vontade de ter o corpo que o meu namoradinho quando eu tinha quatorze anos tinha, relata o jovem, agora conhecido como Isaac, um homem trans assumido há sete anos.

Descobrir a verdadeira sexualidade não é fácil, e tão difícil quanto é contar para a família, lembra Isaac sobre o dia em que se assumiu para sua mãe. 

Dois mil e dezesseis, dois mil e dezessete, por aí assim, eu acho que foi um dos piores anos da minha vida, porque foi muito complicado pra ela compreender, aceitar. Se você vê minha mãe hoje, você não fala que era a Veridiana de sete anos atrás, e hoje em dia eu acho que eu tenho tudo que eu sempre sonhei, que era uma mãe que me respeita e me aceita, continua ele.

Foto: Arquivo Pessoal

A mãe, Veridiana Barros, também recorda a conversa sincera que teve com o filho. No início, ela teve dificuldade de processar o que lhe foi revelado. A maior preocupação da mãe era o preconceito que o filho poderia sofrer. Atualmente a realidade é diferente, relata a mãe. 

Eu hoje, já não acredita no que eu pensava há um tempo atrás, que a minha preocupação era o mundo lá fora. Era muito sobre a aceitação da sociedadade de lá fora. Mas a gente tem que ter respeito, e eu respeito os filhos dos outros porque não respeitar o meu? Explica a mãe.

 Aceitação por parte dos familiares é peça-chave para uma vida feliz, e essa falta de apoio ou exclusão podem trazer problemas psicológicos, ressalta o psicólogo Anderson Veloso.

Quando nós pensamos sobre a saúde mental LGBT, a gente tá pensando sobre uma quantidade de eixos aí de estruturas que dão suporte pra esse lugar. Quando nós pensamos, por exemplo, sobre o contexto familiar, nós estamos pensando em um lugar de suporte, um lugar de acolhimento, que às vezes não passa por esse espaço. Esse não acolhimento pode provocar diversas questões, por exemplo, uma não aceitação da sexualidade de um filho, doenças psicológicas, finaliza o psicólogo.

A notícia de que um filho ou filha possui uma orientação sexual diferente do nascimento geralmente cria um abismo na relação entre pais e filhos. Mãe e filho passaram por isso e dizem que o tempo e respeito são essenciais nesse processo. Hoje, eles são exemplos de cumplicidade e de como superar o preconceito. Além do laço sanguíneo que os une, Veridiana e Isaac são amigos e parceiros de trabalho, provando para toda a sociedade que o amor é capaz de superar as diferenças.



por Edielson Mota

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