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Fome no Brasil piorou nos últimos três anos, diz FAO e Dias atribui a desmonte

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Foto: Roberta Aline

 

O relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), publicado nesta quarta (12) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mostra uma piora dos indicadores de fome e insegurança alimentar no Brasil. 

Segundo o relatório, 70,3 milhões de pessoas estão em estado de insegurança alimentar moderada, que é quando possuem dificuldade para se alimentar. O levantamento também aponta que 21,1 milhões de pessoas no país estão em insegurança alimentar grave, caracterizado por estado de fome.

O cenário traz preocupação, pois o Brasil saiu do Mapa da Fome em 2014/2015 e, a partir de 2016, os índices só pioraram provocando o retorno em 2022, com sua situação piorada ainda mais no relatório atual. 

Segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome, Wellington Dias, essa piora é reflexo do desmonte das políticas públicas sociais que vivemos nos últimos anos. 

“O país sofreu muito nos últimos três anos pela falta de cuidado e atenção com os mais pobres. Se tornou comum ver pessoas passando fome, na fila por ossos e catando comida no lixo para se alimentar. Isso foi a quebra e interrupção de um trabalho iniciado pelo presidente Lula em seus primeiros governos e que trouxe grandes avanços nesta área. Esse relatório da FAO comprova que os últimos anos representaram um período de degradação da população mais pobre do nosso país”, destacou o ministro. 

Wellington Dias destaca que com a implantação total do novo Bolsa Família e seus novos adicionais por crianças, gestantes e adolescentes até 18 anos incompletos, o Governo Federal proporcionou agora em junho/23 a retirada de 18,5 milhões de famílias da linha da pobreza. “Desde sua recriação, no início deste ano, o programa Bolsa família proporcionou a retirada de 43,5 milhões de pessoas da linha da pobreza. Isso significa que elas têm uma renda per capita garantida acima de R$ 218. Essa é uma ação de várias outras que estamos desenvolvendo para reduzir a pobreza e tirar o país novamente do mapa da fome. Todo esse trabalho tem garantido alimento na mesa dos mais necessitados”, ressaltou.

Para Rafael Zavala, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, o relatório mostra uma tendência que será difícil atingir a meta de acabar com a fome no mundo até 2030. “Além dos problemas de saúde causados pela pandemia globalmente, o mundo enfrenta dois grandes desafios: a fome e a má nutrição. Um em cada dez pessoas no mundo passa fome. Vemos que o mundo produz alimentos suficiente, mas há um grande problema de distribuição. Contudo, o caso do Brasil é diferente, graças as políticas publicas fortalecidas recentemente e à gigante produção alimentar, estamos certos de que o país irá sair novamente do mapa da fome, sem dúvidas”, destacou. 

Plano Brasil sem Fome

O Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome (MDS) e mais 23 ministérios em conjunto preparam o lançamento do plano Brasil sem Fome. A ação foi construída a partir do aprendizado da trajetória que levou o país a sair do Mapa da Fome. Programas como o Fome Zero e o Brasil Sem Miséria inspiraram a aposta na reativação de um repertório de políticas públicas que fizeram do Brasil uma referência mundial nessas áreas.

O Plano Brasil Sem Fome organiza-se em três eixos:
 
- Acesso à renda, redução da pobreza e promoção da cidadania;
- Segurança Alimentar e Nutricional: alimentação saudável da produção ao consumo;
- Mobilização para o combate à fome;

Metas do Brasil Sem Fome e seus Eixos 

- Tirar o Brasil do Mapa da Fome até 2030;
- Reduzir a extrema pobreza (a 2,5%) e a pobreza, com inclusão socioeconômica;
- Reduzir a insegurança alimentar e nutricional.


Da Redação
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