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Profissionais de Saúde protestam em frente ao Samu; categoria pede segurança

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Os profissionais de saúde que integram as equipes do Samu Teresina realizam manifestação na sede do órgão na zona Sul de Teresina. Os profissionais estão preocupados com a segurança das equipes que atendem na Grande Teresina.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Senatepi), Erick Riccely, confirmou que os profissionais buscaram o sindicato porque, no momento, tanto o Samu Teresina quanto a Fundação Municipal de Saúde, se omitem sobre a assistência de segurança aos profissionais. No entanto, Erick Riccely, diz que a Secretaria de Segurança precisa fazer a sua parte.

"Tem uma insegurança jurídica, o Sindicato vai buscar junto às instituições que eles só exerçam atendimento para vítima de violência quanto tiver a mínima segurança necessária, garantida pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí. Se não, a nossa recomendação, neste momento, é que os profissionais se abstenham de realizar o atendimento até que a segurança da equipe esteja estabelecida", afirmou Erick Riccely.

O atendimento a vítimas de trauma obedece ao protocolo de Atendimento Pré-hospitalar ao Traumatizado, o documento preconiza os passos que devem ser seguidos pelas equipes de saúde no cuidado com o paciente e, também, na segurança do local da ocorrência. E ressaltou, que em alguns casos, a presença da força policial é importante para que a ambulância pode realizar o socorro de vítimas.

"Nos temos um protocolo que obriga o profissional a garantir a segurança da cena, para que ele não se transforme numa nova vítima. Só que eles jamais iriam esperar que pudessem ser vítima de algo tão grave, como aconteceu neste final de semana. Dois profissionais baleados e poderia ter sido mais porque ainda tínhamos o técnico de enfermagem e um médico na ambulância", disse Erick.

Segundo presidente do Senatepi, os casos de violência já viraram uma rotina no Samu, tanto em Teresina quanto no interior do Piauí.

"Já aconteceu todos os tipos de agressão. Existem relatos de agressões contra condutores, enfermeiros, médicos isso não é uma coisa isolada, mas que a cada dia aumenta. Muitas vezes a população não entende que nessa agressão está atingindo um profissional que está trabalhando, e não é culpado pela demora no atendimento e que não faz diferença de quem está certo ou errado, de quem é bandido ou vítima, porque isso fica a cargo do Sistema Judiciário", disse Erick Riccely.

O Conselheiro do Coren-PI, Samuel Freitas, ressalta que as agressões verbais são mais comuns nos atendimento. "Esse tipo de incidente, com disparo de arma de fogo e ou agressão física, não são comuns. Já as agressões verbais são mais frequentes e relatadas pelos profissionais", afirmou Samuel Freitas.

O Coren-PI, também, participou da manifestação na sede do Samu Teresina e diz que está em contato com as autoridades de Segurança Pública. "O Coren-PI está acompanhando o desenrolar deste lamentável incidente, com a adoção das medidas cabíveis, em contato com as autoridades de Segurança Pública. Estamos confiantes que os agentes dos disparos serão identificados e responsabilizados de acordo com a lei", afirmou Samuel Freitas.

 

CRM e Simepi denunciam insegurança em carta aberta à sociedade

No documento publicado nesta segunda-feira (17), o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) e o Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (Simepi) repudiam o ataque a equipe do Samu Teresina e denunciam a falta de segurança que os profissionais estariam expostos.

"Tal situação revela à sociedade o extremo de uma habitual realidade de risco à qual os profissionais de saúde são expostos diariamente, com pouca ou nenhuma segurança durante o horário de trabalho", diz a carta publicada pelas entidades médicas.

A carta expõe ainda a insegurança nas Unidades de Pronto Atendimento da Capital, sobretudo no horário entre 17h e 19h.

Confira o texto na íntegra:

CARTA ABERTA À SOCIEDADE

Diante dos fatos que ocorreram na noite do último dia 15 de julho, quando uma enfermeira e o motorista de uma ambulância foram atingidos por disparo de arma de fogo por ocasião de ocorrência atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), o Conselho Regional de Medicina do Estado do Piauí (CRM-PI) e o Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI) vêm manifestar seu total repúdio ao referido ato de covardia, que atentou contra a integridade física dos profissionais em pleno exercício da profissão. Tal situação revela à sociedade o extremo de uma habitual realidade de risco à qual os profissionais de saúde são expostos diariamente, com pouca ou nenhuma segurança durante o horário de trabalho.

Nesse sentido, ainda a respeito da questão da segurança dos profissionais de saúde no exercício da profissão, vale destacar a total insegurança nas unidades básicas de saúde do município de Teresina, sobretudo no horário das 17h às 19h. os profissionais estão temerosos de permanecerem nas unidades durante este horário, diante da falta de segurança, o que está prejudicando sobremaneira a assistência aos pacientes.

Diante de tais fatos, o CRM-PI e o SIMEPI consideram inadmissível que os profissionais de saúde não disponham da segurança necessária para desempenharem suas funções, com riscos reais à integridade física. Assim, o CRM-PI e o SIMEPI exigem das autoridades as providências urgentes e necessárias com a intervenção e criação de medidas de segurança para resguardar os servidores e os pacientes assistidos nas unidades de saúde de Teresina, a fim de que esse tipo de situação não mais aconteça.

Teresina-PI, 17 de julho de 2023.

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO PIAUÍ (CRM-PI)

SINDICATO DOS MÉDICOS DO ESTADO DO PIAUÍ (SIMEPI)

 

Adriana Magalhães
[email protected]

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