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Bebê de seis meses morre com dengue no Sul do Piauí; Sesapi confirma 4 óbitos

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Foto: Ascom/Sesapi

Um bebê de seis meses está entre os mortos por dengue em Baixa Grande do Ribeiro, a 586 km de Teresina. Além dele, também morreram um adolescente de 15 anos e um homem de 36 anos. As mortes no município pela doença foram confirmadas pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi). 

Nesta quarta-feira (26), uma nova morte por dengue foi confirmada pela Sesapi, desta vez em Sebastião Leal (a 411 km de Teresina). A vítima é um homem de 45 anos.

Essas são as primeiras mortes por dengue confirmadas no Piauí em 2023, três delas no mesmo município, em Baixa Grande do Ribeiro. Em 2022 a cidade não registrou mortes. 

O enfermeiro Kellyo Rodrigues da Costa, coordenador epidemiológico da cidade, informou ao Cidadeverde.com que as mortes ocorreram entre 15 de junho e 15 julho. 

As três mortes são de pessoas do sexo masculino, sendo um bebê de seis meses e um adolescente de 15 anos, que moravam na zona Urbana, e um homem de 36 anos, que era da zona Rural. As vítimas não tinham parentesco e não moravam próximos. Também não foram encontrados focos de mosquito nas residências das vítimas.

Em 2023, apesar da cidade registrar apenas 32 casos de dengue notificados, cerca de 14 pacientes apresentaram sintomas graves.

Para Kellyo Rodrigues, alguns fatores podem estar contribuindo para o aparecimento de casos graves, como “elevadas temperaturas, ou circulação de um ou mais sorotipos do vírus e a crescente proporção de pacientes acometidos pela forma grave da doença”.

Ele explicou que está sendo realizado um mutirão para conscientizar a população sobre a importância de manter os ambientes limpos e evitar água parada.

“O município tem trabalhado para combater a dengue, com realização de mutirão de prevenção contra a dengue, temos a campanha Lote limpo Cidade limpa para conscientizar a população que tem terreno, para que deixe sempre limpo, pois terreno cheio de mato é um ambiente propício para mosquitos e animais peçonhentos. É importante a colaboração de todos em relação aos criadouros de mosquito que podem estar em todas as partes, nos quintais das casas, no ambiente de trabalho, qualquer lugar propício para o seu desenvolvimento, por isso estamos trabalhando na conscientização da população nessa luta contra o mosquito que é tarefa de todos”, explicou Kellyo.

Sesapi monitora situação

Segundo Amélia Costa, coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, houve uma procura tardia por atendimento pelas vítimas. “Na realidade, o aumento de casos em Baixa Grande, foi de 8 a 10%. O que nos preocupou foram os óbitos. A gente avaliando, na ficha de investigação, vimos quando foram os primeiros sintomas e quando se buscou a unidade de saúde, e isso geralmente aconteceu de 8 a 10 dias. Então foi uma busca tardia ao serviço de saúde. Esses casos não ficaram nem no município por conta da gravidade, foram para o hospital de Floriano”, explicou em entrevista ao Cidade Verde Notícias.

Ela disse que é preciso se identificar qual vírus está circulando na região de Baixa Grande do Ribeiro, pois inicialmente foi realizado apenas o teste rápido.

“Os casos foram vistos com NS-1, que é o teste rápido, que diz apenas que está circulando o vírus no organismo. A gente tem que colher a amostra e enviar para o Lacen, para pesquisar anticorpos e isso não foi feito. Tivemos que chamar o município para coletar essas amostras”, informou Amélia, que destacou que mais amostras estão sendo analisadas para tentar identificar qual vírus está circulando.

Ela disse que toda a situação está sendo monitorada em Baixa Grande do Ribeiro e nos cinco municípios que são circunvizinhos, com a realização de um plano de contingência.

Casos no Piauí

Segundo o boletim epidemiológico divulgado na terça-feira (25) pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), neste ano já foram registrados 3.945 casos confirmados em todo o estado, enquanto em 2022 foram 26.633, neste mesmo período, uma redução de 78,4%. O estado já conta com quatro mortes, enquanto no ano passado foram 15 mortes, nesse mesmo período.

No ano passado foram 207 municípios com notificação e 30.420 vasos prováveis, que inclui casos confirmados estão incluídos os casos inconclusivos, ignorados/brancos, dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave. Já neste ano, no mesmo período foram 148 cidades com notificação e 6.572 casos prováveis.

Os municípios com maior número de casos prováveis são: Teresina (4.093), Parnaíba (726), Luís Correia (220), Oeiras (80) e Valença do Piauí (64).

Cuidados para evitar o mosquito

Foto: Arquivo/Cidadeverde.com

Atente-se aos vasos de plantas
  • Coloque areia até a borda dos pratinhos para evitar o acúmulo de água. Alternativamente, lave-os uma vez por semana com sabão e escova.
Livre-se de objetos que acumulam água
  • Dê o destino correto a latas, garrafas, potes, pneus e qualquer outro tipo de objeto que possa servir como criadouro, optando pela reciclagem sempre que possível.
Armazene garrafas da forma correta
  • Se você deseja guardar garrafas e outros objetos que podem acumular água, armazene-os tampados ou com a boca para baixo.
Evite a contaminação de calhas e caixas-d’água
  • As calhas devem ser mantidas desobstruídas e livres de folhas e galhos, enquanto a caixa-d’água deve estar sempre bem tampada.
Higienize recipientes que armazenam água
  • Tanques, barris e tonéis utilizados para guardar água da chuva, por exemplo, devem ficar tampados e ser higienizados semanalmente com escova e sabão. As piscinas devem ser tratadas com cloro.
Tenha cuidado com o lixo
  • Amarre bem as sacolas e deposite-as em lixeiras fora do alcance de animais. Não jogue lixo em terrenos baldios.
Utilize proteção individual
  • As medidas coletivas de proteção podem ser complementadas com cuidados como o uso de repelentes e inseticidas, a instalação de mosquiteiros e telas em portas e janelas e a preferência por roupas de mangas compridas.

 

Bárbara Rodrigues
[email protected]

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