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Líder da associação criminosa era vendedor de celular e foi aos EUA 10 vezes em menos de 2 anos

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Foto: reprodução Instagram

 

O vendedor de celular Anderson Ranchel é apontado como líder da organização criminosa que causou um prejuízo de pelo menos R$ 19 milhões a uma instituição financeira. As investigações da inteligência da Secretaria de Segurança descobriu que Ranchel mudou completamente seu padrão de vida nos últimos dois anos, fazendo constantes viagens para os Estados Unidos e ostentando nas redes sociais. 

“Ele mudou completamente seu padrão de vida, viajando para vários países, foi mais de dez vezes nos Estados Unidos em um espaço de um ano e meio. Ele se intitulava como importador de celulares e ostentava nas redes sociais”, explicou o Diretor de Inteligência da SSP-PI, Anchieta Nery. 

Nas redes sociais do investigado, inclusive, há um destaque sobre os países visitados, totalizando 14. Ele cita Panamá, Argentina, Estados Unidos, México, Canadá, Colômbia, Paraguai, Noruega, Portugal, França, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Holanda. 

Um dos posts também chama a atenção e pode ser interpretado como ironia. Nele, Anderson Ranchel cita trecho de uma canção de Belchior que faz referência à situação financeira. 

Foto: reprodução Instagram

Anderson Ranchel fazia registros nas viagens que fazia para diversos países do mundo

Além de Ranchel, mais 29 pessoas foram presas e a operação Prodígio também cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e bloqueou valores em contas bancárias. As prisões ocorreram em Teresina, Amarante, Floriano, Demerval Lobão e Nazaré do Piauí.

Foram apreendidos carros de luxo e uma moto aquática com os alvos da ação policial. 

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O delegado Anchieta informou ainda que a ramificação da organização criminosa atingia 10 estados e que somente do Piauí, o prejuízo é mais de R$ 5 milhões. 

A Polícia Civil explicou que pelo menos quadro grupos agiram para fraudar o banco. O recrutamento desses jovens era feito por meio de banners digitais e, principalmente, através do "boca a boca".

Segundo a Secretaria de Segurança, a fraude consistia em cooptar pessoas para abrir contas bancárias com dados falsos, como profissão, renda etc., que levassem o banco a aumentar o limite de crédito desse cliente.

“Uma vez aberta a conta, a associação criminosa simulava uma série de transações bancárias para 'esquentar' a conta, de forma que o banco entendesse que aquela renda declarada era legítima. Quando o grupo criminoso acreditava ter atingido o máximo de limite de crédito possível, 'tombava' o banco, não realizando mais qualquer pagamento”, informou a SSP em nota.

"Esses jovens inseriram informações falsas ao abrir uma conta-corrente no banco, de maneira virtual, por meio do aplicativo. Por exemplo, jovens, às vezes, de dezenove anos se apresentando como médico já com residência. E formava uma renda declarada de R$ 25 mil e faziam ali todo um jogo de movimentação financeira dentro dessa conta, a partir de transferência de outras contas capitaneadas pela organização criminosa, para que o banco entendesse que havia ali uma movimentação legítima e aumentar o escore daquele suposto cliente.Se um deles recebia o valor e sabia de alguém que podia se interessar, já indicava. São 117 clientes no Piauí com valores de R$ 30 mil e até R$ 150 mil", completa o delegado.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

 

 

Caroline Oliveira e Graciane Araújo
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