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Enfermeira denuncia servidor do Tribunal de Justiça por agressão e mostra hematomas

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Por Adriana Magalhães

A enfermeira Carlene Nobre denunciou o ex-namorado, que é advogado e servidor do Tribunal de Justiça do Piauí, por agressão. A enfermeira foi até a Central de Flagrante no começo da noite desta segunda-feira (16) para registrar um boletim de ocorrência.

Em nota, o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI) informou que vem acompanhando atentamente a denúncia de violência contra mulher tendo como alvo um dos seus servidores. veja abaixo nota na íntegra. 

No final da manhã, o TJ confirmou que o funcionário será exonerado. Houveram boatos que ele teria sido preso, mas a Polícia Civil não confirmou. 

Nas suas redes sociais, Carlene Nobre publicou fotos do seu rosto machucado e uma mensagem em que pedia para seus seguidores não romantizarem a violência contra a mulher. "O que pensei que fosse amor, na verdade era dor. Não aceite. Não confie no tempo. Denuncie" escreveu. 

O relacionamento entre Carlene e o agressor começou em junho de 2021. De janeiro de 2022 a março de 2023, os dois ficaram separados. Já nessa época, a enfermeira lembra que o homem tinha comportamento agressivo. Em março deste ano, eles retomaram o relacionamento e assumiram a volta para as duas famílias.

No último feriado, 12 de outubro, o ex-casal foi para São Raimundo Nonato na companhia dos pais do suspeito, onde começaram as agressões. Carlene conta que, em São Raimundo Nonato, o homem deu seis cabeçadas em seu rosto durante uma discussão. A vítima chegou a ligar para a polícia, mas foi convencida pela família do ex a retirar a queixa. Com o rosto inchado, Carlene voltou de ônibus de São Raimundo Nonato a Teresina ao lado do agressor.

"Eu não queria, mas não teve jeito. Chegando aqui, fomos para a casa dos pais dele. Eu levei minhas malas para outro quarto, não queria ficar com ele no quarto dele. Mas ele foi lá e trouxe as minhas malas para o quarto dele, e a discussão recomeçou", relembra a vítima que contou ainda que o homem teria desferido socos e chutes contra ela, que mostra os hematomas no rosto, nas coxas e nas costas.

A mãe do advogado tentou intervir, o padrasto não estava presente no momento das agressões. "A mãe dele entrou no meio e deve ter sido agredida também. Se ela não tivesse entrado, eu estaria com os dois olhos machucados. Ele me bateu muito", explica.

Após as agressões, Carlene foi levada para a casa de seus pais pela família do suspeito.

"A mãe dele pediu para eu não denunciá-lo, mas eu não suporto mais", disse Carlene. A enfermeira procurou a Delegacia da Mulher, mas já passava das 16h, e o local estava fechado. Por isso, a enfermeira foi até a Central de Flagrantes e registrou um Boletim de Ocorrência. A jovem também pediu uma medida protetiva contra o ex-namorado. "Eu não vou mentir. Tenho medo de sair de casa. Ele já me ameaçou. Ele diz que é poderoso, porque é sobrinho de desembargador", relembra Carlene.

Família de Carlene havia alertado a jovem para a agressividade do suspeito. A vítima recebeu nossa equipe na casa da mãe e da irmã, que preferiram não ser citadas nesta reportagem. Ambas relataram inúmeros episódios de violência contra Carlene.

"Eu disse a ela que ele iria bater nela nesta viagem", disse a irmã. A mãe da jovem diz que nos finais de semana ia para seu sítio, e ele aproveitava esse momento para agredir sua filha.

"Aqui em casa é o lugar que ele ficava mais agressivo. Eu nunca entendi por quê. Ele chegava aqui e surtava", diz Carlene.

Vício pode ser gatilho para agressividade. A enfermeira explica que o advogado é dependente químico e que por ocasião da viagem para São Raimundo Nonato estava há 16 dias sem consumir entorpecentes.

"Quando ele fica na abstinência, ele fica pior, mais agressivo, surtando", disse. Carlene explicou que o suspeito já foi internado 17 vezes para tratar a dependência química, mas relembra que quando ele a agrediu não estava sob efeito de drogas. "Eu tenho relato de outras namoradas dele que falam que ele sempre foi agressivo. Teve uma que ficou um mês e me disse que foi o pior mês da vida dela", disse.

A família da enfermeira sabia do problema do agressor com drogas. "Carlene não permitia que ele usasse drogas na presença dela, por isso eles brigavam tanto. Ela era uma espécie de cuidadora dele, enquanto estava com ele, a mãe dele tinha um pouco de sossego", disse a mãe da vítima.

Veja nota do Tribunal de Justiça na íntegra:

NOTA À IMPRENSA

O Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI) informa que vem acompanhando atentamente a denúncia de violência contra mulher supostamente praticada por um dos seus servidores e que já tomou as providências pertinentes à exoneração do mesmo. 

O TJ-PI reforça seu posicionamento de que em nenhuma circunstância a violência deve ser tolerada e se coloca de forma intransigente em defesa das vítimas, especialmente das mulheres, que sofrem a cada dia com os altos índices de violência em todo país.

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