Cidadeverde.com

Polícia realiza perícia em residência de empresário preso suspeito de matar a esposa

Imprimir

Foto: Tiago Melo/Cidadeverde.com

Por Bárbara Rodrigues e Tiago Melo

Uma equipe da Polícia Técnico-Científica realizou nesta sexta-feira (27) um levantamento complementar referente ao caso do empresário Eliésio Marinho que é suspeito de ter matado a esposa Kamila Carvalho do Nascimento, de 22 anos.

Kamila morreu na madrugada do dia 20 de outubro com um tiro na cabeça na residência onde morava com o empresário do ramo de automóveis e a filha de dois anos. Após a morte, Eliésio chamou um advogado, que foi até o local e acionou a polícia. O empresário saiu do local com a filha antes da chegada da PM. A morte acabou levantando suspeitas.

O empresário alegou que a esposa Kamila Carvalho havia colocado a arma na cabeça e feito o disparo, mas o laudo cadavérico comprovou que o tiro foi a longa distância, por isso ele foi preso no dia 23, quando estava prestando depoimento no DHPP.

Foto enviada ao Cidadeverde.com

Mesmo com a prisão, o inquérito segue aberto e nesta sexta-feira peritos realizaram levantamentos na residência do casal no bairro Nova Brasília. 

A equipe se concentrou principalmente no quarto do casal, onde ocorreu o disparo de arma de fogo. O objetivo é levantar mais provas para o inquérito que tem um prazo de 30 dias para conclusão, podendo ser prorrogado.

Foto: Tiago Melo/Cidadeverde.com

A prisão

O empresário Eliésio Marinho foi preso enquanto prestava depoimento na segunda-feira (23) no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A vítima foi encontrada caída no chão, ao lado da cama, com uma faca na mão e uma pistola ponto 40 próxima ao seu corpo na residência do casal no bairro Aeroporto, na zona Norte de Teresina. Foi o advogado do empresário que acionou a Polícia Militar e informou sobre a ocorrência. O empresário já tinha saído do local com a filha do casal.

Veja também:

Eliésio alegou que a esposa pegou a arma, colocou na cabeça e tirou a própria vida, mas o laudo cadavérico comprovou que o tiro foi a longa distância, a cerca de 40 cm.

Foto: Bárbara Rodrigues/Cidadeverde.com

De boné o empresário chegou ao DHPP

 "Na madrugada, foi realizada a perícia, estamos ainda no aguardo dos laudos. Porém, existem algumas inconsistências. Então, através da análise do laudo cadavérico, nos trouxe que o disparo veio a longa distância. Então, não se enquadra muito com a tese que veio do companheiro dela, que ela teria ceifado a própria vida. Eu reitero que é uma prisão temporária, ou seja, tem um viés investigativo, alguns pontos ainda têm que ser esclarecidos. Estamos no aguardo do laudo de local de crime, temos 30 dias para finalizar o inquérito, podem haver a possibilidade de prorrogação", afirmou a delegada Nathalia Figueiredo, do Núcleo de Feminicídio do DHPP.

Eliésio Marinho foi preso logo após prestar depoimento por meio de um mandado de prisão temporária. Na saída do DHPP ele chorou muito e chegou a falar: "me desculpe".

 

 

Pai pede Justiça

O vendedor de frutas Maurício Lucas do Nascimento, de 51 anos, pediu Justiça após a morte da sua filha caçula. Segundo o pai, Kamila era bastante reservada, quieta e caseira, não costumava falar sobre o relacionamento.

Muito emocionado, ele chorou ao falar sobre a perda.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

"Não é fácil. A dor é grande, a pancada só sentimos quando ela atinge a gente. Estou passando por muita dor, choro muito, é muita tristeza. Minha filha era uma pessoa boa. Minha esposa está muito triste. Não é fácil. Ela era feliz e se envolveu com esse ser humano que fez isso com ela. Só quero justiça. Quem fez isso com ela tem que pagar", disse o pai Maurício Nascimento.

Desde o crime, a família não conversou com o empresário, que nem mesmo compareceu ao velório realizado na residência da vítima no bairro São Pedro, na zona Sul. A filha do casal, de dois anos, está com os avós maternos.

"Trabalho há 36 anos vendendo frutas para dar o melhor para a minha família, cuidei das minhas filhas trabalhando naquele sinal e dando o melhor para elas, para chegar aqui e receber minha filha em um caixão, isso não pode. É muito doloroso. A mãe dela está aqui sob efeito de remédios, é muita dor, dor demais", lamentou.

 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais