Cidadeverde.com

Escolas de Teresina vão adotar nome social para evitar a evasão e bullying de estudantes trans

Imprimir

Foto: Ascom Matizes

 

Por Yala Sena

O Conselho Municipal de Educação aprovou a determinação para que a Secretaria Municipal de Educação de Teresina altere o sistema interno de matrículas para contemplar estudantes trans. Na rede existem mais de 91 mil alunos e alunas. A prefeitura já iniciou o cronograma de matrículas – desde o dia 13 de novembro realizando renovações – e dia 15 de janeiro será aberto para as novas matrículas. 

Veja aqui datas para as matrículas

A partir do próximo ano, a Semec vai incluir o nome social com autorização dos pais durante o período das matrículas. No formulário ao invés de “sexo” vai constar “gênero” com as opções de feminino e masculino com o acréscimo de “outros” para contemplar as pessoas não binárias e agêneros.

A solicitação para mudança no sistema de matrículas foi feita pelo Matizes e pelas ONGs Mães da Resistência e Coletivo 086. 

“É um avanço importante mesmo com as legislações existentes desde de 2009 e vai ajuda a combater a evasão escolar, bullying por que o estudante trans vai se sentir respeitado, acolhido. Existem leis, e já se passaram mais de 10 anos e até agora a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) não altera seu sistema para respeitar a identidade de gênero de seus alunos e alunas trans”, disse Marinalva Santana, do grupo Matizes.

A secretária de gestão da Semec, Edileusa Lucena, disse que o novo sistema de matricula está em fase de implantação.

“A resolução pede alteração no sistema de gestão das matrículas e vamos treinar nossos profissionais. Estamos em fase de implantação para atender os pais, pois não justifica constrangimento em sala de aula”, disse Edileusa Lucena.

A secretária ressaltou que a nova medida vai combater a evasão escolar entre os estudantes trans.

“É preciso ter respeito, não cabe preconceito”, disse.

Veja modelo para cadastro da matrícula: 

Primeira mãe a matricular filha trans comemora

Há oito anos, a Amanda Pita só conseguiu matricular a filha com o nome social na escola após acionar o Ministério Público do Estado (MPE). Ela que fundou a ONG “Mães da Resistência” comemorou a decisão do Conselho Municipal de Educação.

“Soube agora da decisão e já estamos comunicando para as mães. É importante não só na matrícula, mas também no diário de classe. É o respeito a criança e ao adolescente para ela saber que pode ser o que quiser ser sem passar por constrangimento e ter sua identidade respeitada”, disse Amanda Pita.  

Resolução do Ministério da Educação (MEC) já autoriza o uso do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares da educação básica. A norma busca propagar o respeito e minimizar estatísticas de violência e abandono da escola em função de bullying, assédio, constrangimento e preconceitos. O nome social é aquele pelo qual as travestis, mulheres trans ou homens trans optam por ser chamados, de acordo com sua identidade de gênero.

 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais