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Colapso em mina foi localizado e população pode ficar tranquila, diz prefeito de Maceió

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O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, disse no início da noite deste domingo (10) que o colapso na mina 18 da Braskem foi localizado e não representa risco para a população. Ele afirmou que os impactos ambientais sobre a lagoa do Mundaú ainda levarão tempo para serem identificados.

O teto da mina sofreu um rompimento por volta das 13h15 deste domingo, após semanas sob monitoramento após abalos sísmicos.

A área afetada, no bairro do Mutange, já havia sido desocupada e, portanto, não houve vítimas.

"O rompimento foi concentrado, foi local", disse o prefeito em entrevista no início da noite. "As pessoas que estão em outras áreas [da cidade] podem ficar tranquilas."

Ao todo, cerca de 20% do território da capital alagoana sofre efeitos dos problemas de afundamento do solo provocado pela mineração da Braskem, e cerca de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Muitos animais também foram abandonados.

O prefeito disse que ainda não é possível fazer um diagnóstico dos danos provocados pelo colapso da mina, já que parte dos equipamentos de monitoramento interno ficaram sem funcionalidade, mas disse que estudos descartam reação em cadeia para outras minas na região.

"A mina [18, que sofreu o colapso] tem mais ou menos o tamanho de um campo de futebol. Essa seria a área atingida por esse rompimento", afirmou. O problema ocorreu em uma área submersa na lagoa do Mundaú.

"Tem que ver como essa mina foi preenchida, foi ocupada e só depois vai ser possível ver como esse fenômeno se estabiliza", completou. A análise dos danos ambientais sobre a lagoa, disse, vai demandar estudos.

Na noite deste domingo, o prefeito se reuniria com representantes do governo do estado para debater o assunto. Em rede social, o governador Paulo Dantas (MDB) disse que "o evento aconteceu exatamente na área determinada, identificada pelos técnicos".

"Vamos acionar imediatamente a Braskem", afirmou. "Nós não vamos permitir, vamos estar juntos, unidos, para que a Braskem pague todo o seu passivo com o povo de Maceió e com o povo de Alagoas."

A exploração de sal gema em Maceió começou em 1979 e se manteve até maio de 2019, quando foi suspensa pela Braskem um dia após a divulgação de laudo do Serviço Geológico Brasileiro apontando que a atividade era responsável por danos ao solo no município.

Os primeiros relatos sobre os danos no solo em Maceió surgiram em meio de tremores de terra no dia 3 de março de 2018. Na ocasião, o abalo fez ceder trechos de asfalto e causou rachaduras no piso e paredes de imóveis, atingindo cerca de 14,5 mil casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais.

O Ministério do Meio Ambiente afirmou que não há indícios que o colapso da mina leve a novos desabamentos na região. "Segundo os técnicos, o incidente foi localizado e não houve danos maiores aparentes ou risco a vidas. As área adjacentes, das demais minas, seguem sem indícios de instabilidade", diz a nota.

O texto aponta ainda que a "a expectativa é de que a situação na região se acomode."

Fonte: Folhapress

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