Fotos: Reprodução/Polícia Civil 

Por Bárbara Rodrigues

O juiz Antônio dos Reis de Jesus Nollêto manteve a prisão de Maria Raíssa Tamires da Silva, que é acusada de participação nos assassinatos de Marcelo Pinho da Silva, conhecido como Marcelo Bombado, e Geovane Suly Tavares Silva Fernandes em julho de 2022. Marcelo Bombado era apontado com líder de uma facção criminosa. A decisão é do dia 13 de dezembro.

Maria Raíssa foi presa no dia 17 de novembro de 2022, e na ocasião o companheiro dela chegou a soltar os cachorros na polícia, mas a própria investigada prendeu os animais.

Segundo a investigação, Maria Raíssa, conhecida como Perfumada, e Layane Carvalho Gomes, teriam dado as armas para Lucas Gabriel Trindade da Rocha e Josenir Barbosa dos Santos para cometerem os assassinatos. Após os crimes, aliados das vítimas tentaram matar Josenir, que foi baleado, e na ocasião, o filho dele e da acusada Layane, de dois anos, foi morto.

A defesa de Maria Raíssa ingressou com um pedido de revogação da prisão preventiva e aplicação de medidas cautelares. O pedido foi negado pelo juiz Antônio Nolllêto.

“Contam nos autos evidências de que a denunciada trata-se de pessoa de conduta perigosa em sociedade, uma vez que estaria ligada à facção criminosa”, disse o juiz que destacou que “constatadas a necessidade e adequação da preventiva, afasta-se a possibilidade de concessão de liberdade provisória, bem como de substituição por medidas alternativas (art. 319 do Código de Processo Penal), visto que não houve alteração das circunstâncias que ensejaram o decreto prisional, bem como não se verificou quaisquer irregularidades no referido ato processual capaz de ensejar o relaxamento da prisão”.

Duplo homicídio e morte de criança 

Na ocasião da prisão da acusada, o delegado Genival Vilela, do DHPP, informou que só faltava Raíssa ser presa e ouvida pelo caso. Os demais acusados pelo crime afirmaram que ocorreu uma discussão e que agiram em legítima defesa, o que é uma versão diferente das famílias das vítimas do duplo homicídio.

"Segundo a investigação, os dois casais foram ao local [Raissa e Lucas, e Layane e Josenir]. Houve um desentendimento, onde o Geovane e o Marcelo Bombado foram mortos. Fizemos a investigação e vimos que tanto os homens como as mulheres participaram e foram indiciados. Temos também a versão dos parentes das vítimas e a versão dos indiciados. No lado do Marcelo, nos foram informados que os indiciados chegaram a ter uma discussão e mataram os dois. Já na versão dos investigados, disseram que um deles estava sendo interrogado, que seria motor e reagiram", disse o delegado.

Todos os quatro foram pronunciados para serem julgados pelo Tribunal Popular do Júri, em data que ainda será marcada.

O duplo homicídio acabou tendo uma repercussão maior após a morte de um menino de dois anos, que era filho dos acusados Josenir e Layane. José Felipe Carvalho dos Santos, de dois anos, foi morto no dia 22 de janeiro desse ano, em uma tentativa de assassinato contra o pai dele no bairro Nova Brasília, zona Norte.

"O caso do Marcelo Bombado já encerramos a investigação, o da criança está em andamento ainda e aponta uma vingança pela morte do Marcelo Bombado. No dia estava o pai da criança, o Josenir, que estava lavando o carro na frente da casa dele, e estava com o filho e a Layane. O Josenir foi atingido com os disparos de arma de fogo, e a criança também. Ele ficou ferido, mas o menino acabou morrendo", explicou o delegado Genival Vilela.

Criança de dois anos foi morta por engano em rixa, diz delegado do DHPP

Entenda o caso

Dois homens foram assassinados a tiros dentro de uma residência na noite do dia 5 de julho de 2022, no bairro São Joaquim, zona Norte de Teresina.

Segundo informações do 9º Batalhão da Polícia Militar, por volta da 23h30, suspeitos invadiram uma casa e efetuaram diversos disparos contra Marcelo Pinho da Silva, 34 anos, e Geovane Suly Tavares Silva Fernandes, 25 anos.

Uma das vítimas, Geovane Fernandes, não resistiu aos ferimentos e veio a óbito no local. Já Marcelo da Silva chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital, mas também não resistiu e faleceu.