Cidadeverde.com

Ex-namorada e ex-contador do influencer Itallo Bruno negam ligação com esquema criminoso

Imprimir
  • WhatsApp_Image_2024-01-11_at_11_20_46.jpeg Renato Andrade/Cidadeverde.com/SSP
  • WhatsApp_Image_2024-01-11_at_11_20_47.jpeg Renato Andrade/Cidadeverde.com/SSP
  • 206f523f13d9e66f063f57f34e397180.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com/SSP
  • WhatsApp_Image_2024-01-11_at_11_20_48.jpeg Renato Andrade/Cidadeverde.com/SSP
  • WhatsApp_Image_2024-01-11_at_11_20_50.jpeg Renato Andrade/Cidadeverde.com/SSP
  • WhatsApp_Image_2024-01-11_at_11_20_55.jpeg Renato Andrade/Cidadeverde.com/SSP
  • 5a68ab7fe10c52aa175aa15ef1a18151.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com/SSP
  • WhatsApp_Image_2024-01-11_at_06_51_35.jpeg Renato Andrade/Cidadeverde.com/SSP

Por  Adriana Magalhães e Caroline Oliveira

A ex-namorada e o ex-contador do influencer Itallo Bruno, presos na operação Jogo Sujo, negam participação no esquema criminoso que, de acordo com a Polícia Civil do Piauí, consistia no sorteio de rifas de celulares, motos, casas e automóveis, a valores de R$ 0,25 centavos e R$ 0,40 centavos. Ao todo, mais de dez pessoas foram presas na semana passada suspeitas de envolvimento em negócios ilícitos para ocultar dinheiro de uma facção criminosa. 

Alairton Barroso, advogado da influencer Letícia Evellyn dos Santos Carneiro, 19 anos, diz que ela está afastada do ex-namorado Itallo Bruno, desde 2022, quando foi agredida fisicamente e que, até novembro de 2023, contava com uma medida protetiva que proibia o influenciador de se aproximar dela.

"O namoro entre os dois acabou antes de Ítallo iniciar o trabalho com rifas e abrir empresa para gerir seus negócios. Letícia nunca participou da empresa, nunca emprestou suas contas bancárias para Itallo. Eles não têm relação alguma", garante o advogado.

Letícia Evellyn está presa preventivamente no presídio feminino sob suspeita de participar dos negócios do influenciador. 

Sobre a prisão de Letícia Evellyn, o delegado Alisson Macedo, um dos responsáveis pela investigação, afirma que ela divulgava os jogos de azar no seu perfil nas redes sociais. Além disso, a jovem teria recebido um carro de presente de Itallo Bruno. Para a polícia, esse veículo foi comprado supostamente com dinheiro proveniente das rifas realizadas pelo influenciador digital. 

Ainda degundo a defesa, a investigação policial não imputa participação de Letícia nos negócios do ex-namorado e, por isso, não existe nexo de causalidade no pedido feito pela Polícia Civil ao Judiciário.

"Ela não aparece no organograma apresentado pela polícia. Nos documentos a que tivemos acesso, ela é apresentada como ex-namorada e que por divulgar jogos on-line 'acredita-se' que tenha adquirido bens com recursos ilícitos", explica o advogado Alairton Barroso.

Segundo ele, Letícia trabalha como influenciadora digital e tem um perfil nas redes sociais com pouco mais de 50 mil seguidores.

"Ela trabalha fechando parceria com empresas, como restaurantes. E esse trabalho digno possibilitou que ela comprasse um carro, que não é um carro luxo, e uma motocicleta popular. Ela não ostenta bens, porque tem uma vida simples. Ela é ré primária, uma jovem batalhadora, estudante e agora está vendo seu esforço sendo jogado fora. Ela trabalha com a imagem e sua imagem foi abalada por essa prisão nefasta", disse Barroso. 

A defesa adianta que entrou com habeas corpus, mas acredita que o pedido será negado.

"A pressão midiática sob esse caso está muito grande. O próprio desembargador já sinalizou que não pretende conceder liberdade para nenhum dos 11 presos na operação. A prisão, no ordenamento jurídico, é a última etapa. A polícia pode passar anos investigando um caso, mas só pode pedir a prisão quando tem elementos suficientes para sustentar a participação de uma pessoa num crime. E esse não é um caso, a polícia 'acredita' que ela tenha comprado bens a partir dos negócios do ex-namorado, mas ele não tem qualquer tipo de relação", frisa.

 

Foto: reprodução Instagram

Itallo Bruno em um dos momentos de ostentação na praia

Contador também alega inocência

O contador Marcos Victor Pereira Silva, 31 anos, está preso preventivamente, suspeito de atuar ao lado do influenciador digital Itallo Bruno. Segundo o advogado Joan Oliveira Soares, ele prestou serviços de contabilidade para a empresa do influenciador, por cerca de um ano, e teria deixado de atendê-lo em setembro de 2023, quando passou a trabalhar para uma rede de farmácias em Teresina.

Para a defesa do ex-contador de Itallo Bruno, a polícia iniciou a investigação sem nenhum fato motivador.

"A operação foi iniciada pelos próprios delegados. Não houve denúncia de terceiros. Eles oficiaram pesquisas e consultas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Isso não pode! O delegado precisa ser provocado, ele não pode simplesmente pegar seu nome, a qualquer momento, e investigar suas operações financeiras. A operação não tem base legal, porque não houve denúncia", diz o advogado.

A defesa alega, ainda, que a prisão é ilegal e diz que o contador não pode ser preso em virtude de sua profissão.

"A prisão de Marcos Victor é decorrente de um verdadeiro jogo sujo da polícia. Os delegados da operação utilizaram da máquina do estado - no caso a Polícia Civil - para a autopromoção pessoal. O meu cliente só prestava serviço, como qualquer profissional liberal. Ele tem registro profissional e só fez o que o cliente requereu. Ninguém pode ser preso por sua atuação profissional e, ainda, o trabalho executado por ele está resguardado pelo sigilo profissional", destaca o advogado.

Marcos Victor está preso na Cadeia Provisória de Altos. 

Por outro lado, o delegado Allison Macedo diz que já existem elementos que indicam a participação do contador no esquema criminoso. 

"Estamos na fase de investigação, colhemos documentos e pedimos a quebra do sigilo fiscal de todos os suspeitos. Temos dez dias para realizar essa etapa da investigação. Mas o que já temos coloca o Marcos Victor como contador da empresa de Itallo Bruno. Ele atua como contador, ele não está fora do negócio, ele continua atuando como contador", afirmou o delegado.

"Não existem milagres com dinheiro" 

O delegado alerta ainda que a investigação ainda está em andamento e "não existem milagres com dinheiro". 

"Não existe esse negócio de investir pouco capital e receber um retorno gigante. Até porque você acaba sofrendo uma espécie de golpe. Os jogos de azar não são auditáveis, pois não possuem uma permissão pra funcionar. Diferente das apostas do Betting que você sabe que você ganhou porque um jogo de futebol, por exemplo, deu um placar que você acertou, você sabe que ganhou. Num jogo de azar que não é regulamentado, não é auditado, quem escolhe se você ganhou ou não é o próprio jogo", afirmou o delegado.

Até o momento, mais de dez pessoas foram presas, na semana passada, na operação Jogo Sujo.  Na ação foram apreendidos 13 veículos de luxos pertencentes a Itallo Bruno. 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais