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Dono de lojas de autopeças de Teresina é preso pela Polícia Civil em operação nacional

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Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Por Bárbara Rodrigues

Um empresário, que é proprietário de uma de lojas de autopeças e sucatas na cidade de Teresina, foi preso nesta quinta-feira (1) em uma prisão realizada pelo Departamento de Roubo e Furto de Veículos (DRFV), que faz parte de uma operação nacional.

Os policiais deram cumprimento a um mandado de prisão contra o empresário, que só teve as suas iniciais divulgadas, A.P.M.M.

A prisão faz parte da Operação Hades, oriunda do Estado de Alagoas, onde é ele é suspeito de participar de organização criminosa e tráfico de drogas.

Segundo o delegado Marcelo Dias, o empresário já tinha sido preso anteriormente pela Polícia Civil do Piauí, por outros crimes.

“Vale salientar que o referido nacional é empresário proprietário de lojas de autopeças e sucatas, bem como já foi preso e indiciado anteriormente pelo DRFV por suspeita praticar vários crimes, como organização criminosa, receptação qualificada, adulteração de sinais identificadores de veículos”, informou.

Operação Hades

 A Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas realiza nesta quinta-feira (1º), uma megaoperação com objetivo de prender integrantes de duas organizações criminosas que atuavam no tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes, movimentando um montante de R$ 300 milhões em contas bancárias e esbanjando uma vida de luxo, com imóveis de alto padrão, veículos e viagens. Mais de 300 mandados judiciais estão sendo cumpridos em Alagoas e em outros 16 estados do país, de forma simultânea.

A operação foi denominada Hades apura a atuação criminosa desses grupos no tráfico de drogas em larga escala em Alagoas e outros estados do país. O trabalho investigativo foi iniciado em março de 2021, pela Dracco e pela SSP de Alagoas, para apurar a movimentação criminosa de quatro pessoas - que são dois casais - em atividades ilícitas.

Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital de Alagoas, após parecer favorável do Gaeco, do Ministério Público de Alagoas, com base nas provas técnicas apresentadas pela Dracco. Serão cumpridos 79 mandados de prisão e 228 de busca e apreensão nos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.

Como as organizações atuavam

As investigações identificaram dois casais, um deles alagoano e outro paraense, que eram responsáveis pelo tráfico de drogas em larga escala no estado de Alagoas. A partir disso, o trabalho conseguiu identificar ramificações nos 17 estados alvos da operação.

À medida que houve progresso nas investigações, foi possível identificar também os criminosos que atuavam na origem do tráfico como fornecedores e as pessoas que como atuavam como fornecedores de drogas para os líderes das duas organizações criminosas investigadas.

Segundo a investigação, os dois casais fazem parte da cúpula de duas grandes organizações criminosas que atuam no Rio de Janeiro e no estado do Pará. A organização criminosa que era liderada por um alagoano atuava principalmente em Maceió, no bairro da Levada e adjacências. Porém, ele também realizava a distribuição de drogas para outros municípios de Alagoas onde há predominância da facção criminosa que o indivíduo integra.

Também ficou constatado ao longo da investigação que os fornecedores dessa droga que abastecia o mercado alagoano eram do estado de São Paulo. Eles recebiam as drogas do Mato Grosso do Sul, estado que faz fronteira com Paraguai e Bolívia, que são grandes produtores de drogas.

Já a segunda organização criminosa alvo da operação de hoje, era liderada por um homem natural do Pará, mas que morou muito tempo em Alagoas. Por conta desse laço pessoal com o estado, ele estabeleceu o comando do tráfico de drogas em bairros da área nobre da cidade, como Ponta Verde, Jatiúca, Pajuçara, Mangabeiras e Jacarecica. Esse indivíduo também estava à frente de atividades ilícitas no Pará.

A droga que era vendida por este grupo criminoso tinha como origem fornecedores do estado do Amazonas, que faz fronteira com a Colômbia e o Peru, primeiro e segundo maiores produtores de cocaína do mundo, respectivamente.

Vida de luxo oriunda do tráfico de drogas

Apesar das duas organizações criminosas atuarem de forma independente, ambas tinham pontos em comum, como membros que pertenciam às mesmas facções criminosas de âmbito nacional e um esquema muito sofisticado de lavagem dinheiro.

A investigação conseguiu detectar que os dois grupos utilizavam esquemas de lavagem de capitais, com a utilização de empresas de vários segmentos, como peixarias, de aluguel de veículos, de manutenção de automotores, depósitos de bebidas, de transportes de cargas, dentre outras. Além disso, ficou comprovado o uso frequente de contas bancárias de pessoas próximas e outras identificadas como laranjas, a fim de movimentar grandes quantias de dinheiro de forma ilegal.

Nesse contexto, foram verificadas movimentações financeiras de mais de R$300 milhões de reais em contas bancárias, que foram analisadas ao longo da investigação. Muitos dos membros das duas organizações criminosas investigadas ostentavam um elevado padrão de vida, com viagens, também utilizavam veículos e outros bens de luxo, além de possuírem residências e apartamentos em condomínios de alto padrão.

É importante destacar que boa parte dos alvos da operação possui antecedentes criminais, inclusive, por crimes da mesma natureza dos que são objeto nesta operação. Muitos deles possuem processos em aberto na Justiça Federal. Alguns dos investigados também tem mandados de prisão em aberto pela prática de outros delitos.
 

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