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Eleições dos EUA: porque o mundo está de olho na corrida presidencial

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Imagem: Freepik

Nos últimos meses, as pessoas em todo o mundo têm estado extremamente curiosas e preocupadas com a questão da eleição presidencial dos Estados Unidos. Os EUA estão agora envolvidos em duas guerras quentes: os conflitos em Gaza e na Ucrânia. Enquanto isso, as tensões na região da Ásia-Pacífico aumentaram e as relações entre os EUA e a China pioraram.

As nações da América Central estão sob os holofotes, pois um número crescente de migrantes está tentando chegar aos EUA por meio de uma fronteira que parece mais porosa a cada dia. E, recentemente, houve ataques aéreos liderados pelos EUA contra os rebeldes Houthi no Iêmen.

Não há quase nenhuma área do mundo em que a liderança americana não seja um tema importante. A perspectiva do retorno do republicano Donald Trump ao cargo, com sua agenda de política externa “America First”, acrescenta ainda mais incerteza a um quadro já tumultuado. Embora alguns países esperem ansiosamente por seu retorno, muitos dos aliados dos Estados Unidos estão mais receosos com o possível retorno de um presidente pouco ortodoxo com o qual eles acharam difícil lidar na primeira vez.

O senador democrata Chris Coons, que co-preside a campanha de reeleição do presidente Joe Biden e atua no Comitê de Relações Exteriores, disse a repórteres que, durante todas as reuniões que teve com secretários ou líderes estrangeiros, eles acabaram levantando a questão de se os eleitores americanos poderiam ou não realmente voltar atrás em relação ao presidente Donald Trump.

Portanto, embora esta seja uma eleição americana, o resultado é muito importante para outras nações que observam de longe os meandros do pleito norte-americano. O tema é destaque até mesmo em plataformas que permitem com que qualquer usuário elegível tente aposta política, que já traçam projeções sobre o resultado das urnas que será revelado em novembro.

Eleição pode ser decisiva para conflito na Ucrânia

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Em nenhuma capital do mundo esta campanha está sendo observada mais atentamente do que em Kiev. Pode-se dizer que o destino da guerra depende do resultado das eleições.

"Se a política do próximo presidente - seja ele quem for - for diferente em relação à Ucrânia, mais fria ou mais voltada para o interior... então acho que esses sinais afetarão muito o curso da guerra", disse recentemente o presidente ucraniano Volodymr Zelensky.

Zelensky não citou nomes, mas Trump disse que acabaria com a guerra "em 24 horas" após ser eleito, embora não tenha explicado como. Os ucranianos estão preocupados com o fato de que ele pressionaria por negociações que não favoreceriam sua causa. 

Isso cairia bem na Rússia, onde a mídia tem apoiado Trump de forma especial, e alguns criticaram os esforços para removê-lo das urnas em 16 estados dos EUA. O canal NTV, controlado pelo Kremlin, foi contundente. "Trata-se de uma verdadeira intromissão na eleição e do enfraquecimento da democracia pelos próprios americanos. Nenhum russo ou chinês sequer sonharia com isso", disse o correspondente da NTV, Anton Ponomaryov, aos telespectadores, sem nenhuma ironia.

As implicações de uma mudança na política dos EUA seriam sentidas além da fronteira da Ucrânia e preocupariam especialmente os países europeus vizinhos da Rússia.

Possível eleição de Trump colocaria reputação norte-americana em xeque

Além disso, outros aliados americanos podem decidir que os EUA não são um parceiro de segurança confiável. Um senador dos EUA levantou a possibilidade de o Japão desenvolver seu próprio arsenal nuclear se os Estados Unidos pararem de ajudar a Ucrânia.

Ademais, há uma chance de que um presidente Trump reeleito leve adiante sua intenção de retirar os Estados Unidos da OTAN, prejudicando seriamente a aliança. De acordo com duas fontes próximas à campanha de Trump, ele realmente pretende realizar essa ação específica caso seja eleito em novembro.

Os europeus, diz o senador Coons, têm razão em estar ansiosos. "Os EUA e seus aliados europeus têm um desafio comum significativo. Juntos, temos que mostrar ao mundo que Putin não pode nos superar e que a visão de autoritarismo do presidente chinês Xi não é a melhor para o mundo."

Holofotes voltados ao pleito ianque

De Pequim a Buenos Aires, as pessoas acompanham a sorte dos candidatos às eleições nos Estados Unidos e ficam atentas aos resultados.

Essa eleição tem um público global como nenhuma outra, porque os Estados Unidos ainda são importantes como nenhum outro país. Mas essa eleição parece ter um foco internacional mais intenso do que nunca, em parte porque os EUA estão muito envolvidos em diversos cenários ao redor do mundo, mas também por causa do que aconteceu depois da última eleição. Os eventos de 6 de janeiro de 2021 revelaram a precariedade da democracia americana.

Agora o mundo quer saber como o país se sairá em seu próximo grande teste democrático. Além da série de crises que os Estados Unidos já estão enfrentando, o próximo presidente também terá de lidar com o inesperado. 2023 foi o ano mais quente já registrado. 2022 trouxe a guerra na Europa. 2020 trouxe uma pandemia global que ninguém previu.

Os EUA não podem enfrentar nenhuma dessas situações sem alianças globais fortes - e é por isso que a reação do mundo a essa eleição não é importante apenas para o resto do mundo, mas para os EUA também.

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