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Agricultura familiar em Teresina sofre com irregularidade no período chuvoso

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Por Rebeca Lima e Francisco José (TV Cidade Verde) 

Agricultores familiares do povoado Santa Rosa, na zona Norte de Teresina, estão enfrentando problemas em suas plantações devido à irregularidade das chuvas no período chuvoso do Piauí.

Para garantir uma boa produção nesse sistema, é preciso chuva em grande quantidade e de maneira regular. Em um dos campos da comunidade, que fica próximo a uma área de vazante do Rio Poty, por exemplo, foi plantado feijão em dezembro; entretanto, os produtores temem a perda de pelo menos 50% na produção do grão na área.

O agricultor Edivaldo Ferreira da Silva conta que a terra está seca, e as plantas morreram durante os meses sem chuva.

“No ano passado, a chuva começou regularmente no início de janeiro, continuou direto e cortou em maio. Devido a ter chovido bastante no período do inverno completo, segurou a plantação do verão, mas ela cortou em maio, e daí para cá não choveu mais. Estamos com nove meses sem chuva, e a terra está seca demais; morreu tudo, as plantas não seguraram, e a gente não tem água para irrigar, o aparato da água”, diz.

Já Joselita Lopes, que há 22 anos trabalha em um campo de produção, ressalta que os agricultores não possuem sistema de irrigação para manter suas plantações.

“Aqui é uma área em que 61 famílias trabalham no período que podemos trabalhar, que é o período que chove, o período do inverno. Passando esse período, não temos mais como produzir, porque não temos irrigação, não temos nenhum outro meio para que possamos ter nossa produção”, pontua.

O climatologista Werton Costa explica que as alterações no período chuvoso do estado estão ocorrendo devido ao fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico e responsável diretamente por tornar 2023 o ano mais quente da história.

“O El Niño é um fenômeno de supressão, ou seja, ele retardou o início do período chuvoso e não apenas retardou, como diminuiu a quantidade de chuva prevista anteriormente. Isso, claro, provoca um grande prejuízo na atividade econômica agropecuária", pontua.

Werton Costa também destaca que o El Niño está perdendo força e favorecendo a entrada de umidade e que os agricultores podem esperar chuvas fortes e constantes nos meses de fevereiro e março.

"O El Niño, como fenômeno clássico conhecido no Nordeste, está perdendo força porque é uma mudança completa nas condições oceânicas e nas condições do céu, de tal forma que a queda do El Niño tem favorecido a entrada da umidade do Atlântico, que é o nosso mar. Essa umidade já vai começar a favorecer o nosso agricultor com algumas chuvas fortes e constantes, principalmente na faixa norte do Piauí na segunda quinzena de fevereiro e em março”, finaliza. 

 

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