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Ato convocado por Bolsonaro é marcado por bandeiras de Israel e falas contra STF

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Foto: Allan Santos/ PR

O ato a favor de Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (25) reuniu milhares de apoiadores vestindo verde e amarelo, além de políticos e parentes do ex-presidente.

Após a execução do hino nacional, falaram a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e os deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO) e Nikolas Ferreira (PL-MG).

Discursaram também o senador Magno Malto (PL-ES), o pastor Silas Malafaia, que organizou o evento, e Jair Bolsonaro.

Enquanto políticos como Gustavo Gayer e Nikolas Ferreira fizeram discursos mais genéricos para "animar" a plateia, o senador Magno Malto criticou Lula pela recente fala contra o governo de Israel e o pastor Silas Malafaia atacou o STF (Supremo Tribunal Federal), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, além de dizer que não ter medo de ser preso.

Michelle Bolsonaro fez discurso religioso em tom choroso, Tarcísio elogiou Bolsonaro e o ex-presidente tentou se explicar sobre minuta golpista encontrada pela PF.

Veja algumas das frases que se destacaram durante o evento deste domingo na avenida Paulista.

MICHELLE BOLSONARO

Primeira a discursar, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro chamou, em tom choroso, os apoiadores presentes na paulista de "exército de Deus nas ruas". Ela afirmou que a família Bolsonaro sofre desde 2017, "porque exaltamos o nome do senhor no Brasil".
Michelle abriu o ato com uma oração coletiva e disse que não tinha como controlar a emoção. Chamou as pessoas presentes de "povo de bem" e fez críticas ao presidente Lula (PT), afirmando que o país tem sido mal administrado.
A ex-primeira-dama também pediu aos seguidores para não desistirem do país. "Eu sei que nosso Deus do alto do céus irá nos conceder o socorro", disse. "Aprouve o senhor a nos colocar a frente da nação. Aprouve Deus nos colocar a frente da Presidência da República", afirmou.

GUSTAVO GAYER

Sem falas mais duras que pudessem levá-lo a ter problemas jurídicos, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) disse aos manifestantes que "nós não vamos parar", " não vamos desistir" e " o Brasil é nosso".

Bolsonarista convicto, Gayer produzia vídeos nas redes sociais defendendo Jair Bolsonaro, acusando professores de "doutrinar" alunos e espalhando notícias falsas sobre a pandemia de Covid-19. Em dezembro de 2023, foi condenado pela justiça a pagar R$ 80 mil de indenização por danos morais coletivos na campanha presidencial de 2022.

"Tem um ano que vem sendo trabalhado uma narrativa para colocar medo no coração de cada um de vocês. Tem um ano que nós estamos sendo ameaçados. Tem um ano desde o 8 de janeiro que pessoas que usam verde e amarelo são perseguidas", afirmou Gayer em ato da Paulista.

NIKOLAS FERREIRA

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) falou no evento sobre dar "um recado a muitas pessoas de que homens e mulheres com o coração verde e amarelo não desistirão do nosso país". Ele também fez declarações mais genéricas sobre Bolsonaro e apoiadores, sem citar o STF ou ministros específicos, algo que é recorrente em manifestações bolsonaristas.

Nikolas também é conhecido por ser um bolsonarista raiz e por falas consideradas transfóbicas. No ato na paulista, ele afirmou que o grupo que apoia Bolsonaro precisa ser "mais persistente" que Lula. "O nosso inimigo ficou 12 anos, persona non grata, tentando a presidência da República e ele conseguiu depois de 12 anos. Nós não temos o direito de termos menos persistência do que o nosso inimigo", afirmou.

MAGNO MALTA

Vestindo uma camisa do Brasil e segurando a bandeira de Israel, o senador Magno Malta atacou Lula por fala criticando a postura do governo de Israel na atual guerra contra o Hamas. Malta afirmou que Lula "teve a pachorra de tocar na memória dos inocentes, das crianças que morreram em campo de concentração", e afirmou " Nós amamos Israel".

Como outros bolsonaristas, Malta também afirmou defender o Estado democrático de Direito, embora aliados de Bolsonaro, e o próprio ex-presidente, sejam atualmente investigados por supostamente terem planejado um golpe de Estado depois da eleição do presidente Lula.

TARCÍSIO DE FREITAS

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, elogiou Bolsonaro e citou melhorias que teriam ocorrido no governo do ex-presidente. Ele disse que "não era ninguém" antes de ter sido escolhido para ser ministro de Bolsonaro.

Afirmou que imaginava que as pessoas estavam com saudades de vestir o verde e amarelo e disse: "Eu tenho certeza de que vocês estavam com saudade do nosso sempre presidente Jair Bolsonaro".

Como outros presentes, falou a favor da liberdade de expressão e disse que o país tem que enfrentar um "desafio de representatividade". "Esse desafio da representatividade só vai ser  encido com liberdade, liberdade de expressão, liberdade de pensamento, liberdade de manifestação, sem nenhum tipo de censura", disse.

SILAS MALAFAIA

O pastor Silas Malafaia, que ajudou a organizar o evento, foi quem abandonou frases mais genéricas e teceu críticas contra o STF, o TSE e Alexandre de Moraes, postura comumente encontrada em manifestações bolsonaristas já ocorridas no país.

Ele falou sobre uma "engenharia do mal para querer prender Jair Messias Bolsonaro" e disse que Lula foi o único presidente "que recebeu elogios de assassinos do Hamas". Como outros participantes, citou o Estado democrático de Direito e insinuou que Bolsonaro é perseguido.

"Todo mundo sabe como foi a eleição. Podiam chamar Bolsonaro de genocida, mas não podiam dizer que Lula é ex-presidiário", afirmou. O pastor também citou casos de 8 de janeiro e insinuou que o governo do PT tivesse responsabilidade no que chamou de baderna. "Golpe tem arma. Tem bomba. Uma mulher com crucifixo católica que sentou na mesa do presidente doSenado, 17 anos de cadeia", disse.

"Alexandre de Moraes disse que a extrema-direita tem que ser combatida na América Latina. Como ministro do STF tem lado? Ele não tem que combater nem extrema-direita nem extrema esquerda. Ele é guardião da Constituição", disse Malafaia sobre o ministro do STF. Ele também afirmou que o "o Supremo poder dessa nação" é o povo.

"Não tenho medo de ser preso. Vergonha é se calar. Vergonha é se esconder. Vergonha é fugir", gritou Malafaia no evento.

JAIR BOLSONARO

O ex-presidente Jair Bolsonaro tentou explicar a minuta golpista e pediu a anistia aos presos do 8 de janeiro. No ato deste domingo, ele reclamou do "abuso por parte de alguns que trazem a insegurança para todos nós".

Bolsonaro afirmou sofrer "perseguição" e negou uma trama golpista. "O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. É isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil", disse. "Agora o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham a santa paciência", afirmou.

"Apesar de não ser golpe Estado de Sítio, não foi convocado", disse também. Assim como a maioria dos participantes, Bolsonaro citou a Bíblia e adotou o tom religioso. Ele também citou a facada que recebeu em Juiz de Fora (MG) e disse falar em nome do Estado democrático de Direito.

O ex-presidente também afirmou que o ato formaria uma fotografia do que é o povo brasileiro. "Nós não queremos o socialismo para o nosso Brasil. Nós não podemos admitir o comunismo em nosso meio. Nós não queremos ideologia de gênero para os nossos filhos. Nós queremos respeito à propriedade privada", afirmou. Citou, também, a oposição ao aborto e à liberação das drogas.

 

Fonte: Folhapress

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