Cidadeverde.com

Em audiência, Conselho de Saúde denuncia que pacientes estão comprando medicamentos nos hospitais

Imprimir
  • mppi-eny.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • hutt.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • hut.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • fmss.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • enypontes.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • crm.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • conselhosaude-maxwell.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com

Por Roberto Araujo 

O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Teresina, Rodrigo Maxwell, disse que “sente falta” de ações concretas da Fundação Municipal de Saúde (FMS) no combate à falta de medicamentos. Ele participa na manhã desta sexta-feira (15), de uma audiência pública do Ministério Público do Piauí para tratar da crise da saúde no município. O presidente da FMS, Ítalo Costa, também está na reunião. 

Maxwell denuncia que familiares de pacientes estão precisando comprar medicamentos para serem administrado nos hospitais.

“Ainda aguardamos uma ação mais concreta principalmente na regularização de medicamentos e insumos. Você imagine que faltar dipirona nos hospitais, as famílias dos pacientes tendo que comprar esses medicamentos para administrar no hospital, então é uma situação muito grave”, relatou.

O presidente da FMS disse que o problema de desabastecimentos de insumos do HUT está sendo resolvido e até o fim do mês, estará sanado. Costa pontuou que a morte do paciente na semana passada, que instituições como o Sindicato dos Médicos do Piauí (SIMEPI) apontou como ocasionado por falta de medicamentos, está sendo apurada por uma sindicância.

“Nós não sabemos ainda esse nexo de causalidade, o mérito ainda não foi avaliado mas tem uma sindicância aberta. O que nós já apuramos é que não foi falta de medicamentos. E medicamentos e insumos estão sendo regularizados e esperamos estabelecer todos os estoques até o final do mês”, disse. 

O promotor de Justiça Eny Pontes disse que além dos insumos, o problema da falta de manutenção dos ar condicionados das UTIs do HUT motivou a audiência pública. 

“A FMS alega várias situações, mas sinaliza soluções. Uma grande leva de insumos pra abastecer não só no HUT, mas em toda a rede de saude. Em razão da notícia do não funcionamento de ar condicionado de uma das UTIs, por que chegamos numa situação como essa? Durante o tempo houve dificuldade de manutenção, é uma central de ar condicionado antiga que praticamente não existe peça pra manutenção”, citou. 

Além da promotoria de Saúde, a Procuradoria Geral de Justiça também apura os problemas financeiros e de estoque da rede. Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) foi apresentado e deve ser assinado na próxima semana.  

“Foi apresentado Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que dentre as cláusulas estão a regularização financeira e também a regulação de estoques de medicamento de toda a rede, além da manutenção dos equipamentos. Esse Tac está com a FMS e a prefeitura de Teresina para analisarem e na próxima audiência, que deverá ser na próxima semana, assinarem esse documento com compromissos e responsabilidades caso não haja cumprimento”, disse.

CRM investiga duas mortes no HUT

O presidente Conselho Regional de Medicina (CRM), João Araujo Moura Fé, disse que a entidade irá continuar fiscalizando as ações que a FMS apontou que está tomando para sanar os problemas.

“O presidente da FMS apresentou um cronograma de trabalho, agora que a gente está começando a observar os efeitos principalmente na recomposição de insumos na rede municipal, mas nós vamos fiscalizar intensivamente essas melhorias e espero que a gente resolva de uma maneira satisfatória”, citou.

O médico também falou sobre a sindicância está sendo feita pelo CRM para apurar as causas das mortes de dois pacientes que teriam sido em decorrência da falta de antibióticos no HUT ou por conta da ausência de climatização no leito da UTI. Ele disse que ainda é cedo para confirmar a causa. 

“Tudo indica que realmente foi por conta desse problema de equipamentos e de insumos eram dois pacientes admitidos normais ao HUT, pacientes graves, né? Com a doença de base e nós como conselho, nós somos o maior julgador, não podemos antecipar o mérito porque seria uma irresponsabilidade, além de ser ilegal afirmar antes de apurar através de sindicância. Nós instauramos nossa sindicância pra poder apurar a causa morte. Se houve relação com a falta de antibiótico ou não, se foi a doença de base com a evolução normal que já era um prognóstico”, disse.

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais