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Ídolo do Fla, Zico ganha estátua de cera e relembra frustração na Olimpíada do Rio

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Ídolo do Flamengo, Zico participou nesta terça-feira (19) da inauguração de uma estátua dele no Museu de Cera que fica dentro do AquaRio, o Aquário Marinho do Rio de Janeiro. Na celebração, ele agradeceu por estar sendo lembrado na cidade dele e relembrou uma frustração na Rio 2016.

A celebração contou com a presença de jornalistas, amigos e alguns torcedores. Depois da cerimônia, Zico foi levado para conhecer o aquário.

A estátua ficará ao lado de uma taça da Libertadores e outra do Mundial. Ela se junta a outras personalidades como Lionel Messi, Albert Einstein, o papa, entre outros.

"Toda homenagem é gratificante quando a gente está aqui na terra. Essa homenagem está sendo no meu estado. Está sendo no Rio de Janeiro. Eu acho que vocês muitas vezes não tem ideia do que a gente representa para a cidade do Rio quando as pessoas nos recebem lá fora. 

A galera sempre fala do Zico do Rio de Janeiro. Uma das grandes frustrações da minha vida nos últimos anos foi não ter sido convidado para carregar a tocha Olímpica aqui no Rio de Janeiro.

E agora o Comitê Olímpico me convidou para ser embaixador lá em Paris. Uma pena que o nosso futebol masculino não vai estar presente", afirmou Zico.

O processo durou mais de dois anos. A estátua foi feita em Londres e a pose foi escolhida por Zico. "O pessoal pode estar se perguntando sobre a fisionomia.

Eu queria uma fisionomia do que representava aquele Mundial. Era como a gente ia entrar em campo, com fome de querer ganhar e focados na final", explicou.

Zico comentou outros diversos assuntos relacionados ao futebol carioca, Flamengo e seleção brasileira.

O craque lamentou o fato de o Estadual ser colocado em segundo plano pelos clubes. "Acho que é uma pena que, no início, os próprios clubes não respeitam o campeonato como deveriam respeitar, não utilizar a sua principal equipe. 

A meu ver sempre se torna um desrespeito muito grande com o torcedor, com o próprio clube. Eu nunca fui favorável a isso. Eu acho que o Carioca, os campeonatos regionais, foram símbolos importantes do futebol brasileiro.

Foram dali que surgiram grandes jogadores de todo o Brasil e eu acho que ele deveria sempre ter o respeito."

O Galinho também comentou o sorteio da primeira fase da Libertadores e mostrou preocupação em relação à altitude que o flamengo vai encarar.

"O maior adversário é a altitude. A preparação já é diferente, mas lá em cima não tem preparação, não tem jeito. Só morando lá. E eu passei por isso, sofri muito. Outros profissionais sofreram junto comigo. Eu juro que eu não consegui sair nem do hotel, porque passei mal. Jornalistas sofreram. 

É um absurdo que ainda se permita jogar futebol em locais que não têm a menor condição. É como na Europa, você jogar lá em frio, abaixo de 5, 6 graus. Você não tem tempo de adaptação, é jogo em cima de jogo. 

Jogadores precisam entender, se resguardar, preocupar com o descanso, alimentação e treino para que, nesse período que exige mais sacrifício, eles consigam o objetivo que é mais uma Libertadores, que tem capacidade para isso, qualidade, e tentar mais uma vez disputar o Mundial."

O início de trabalho de Dorival Jr. à frente da seleção brasileira também teve questionamento ao ex-jogador. E para Zico, o treinador está certo ao fazer mudanças, já que a equipe não vive um bom momento.

"Se tivesse só um jogador que poderia levar, seria o Pedro, porque não vejo na seleção hoje um jogador com essa característica e pelo momento dele.

Mas eu, como fui técnico de seleção, lógico, de menor qualidade, eu acho que eu sempre respeitei a convocação de quem quer que seja. Ele é o homem responsável por isso. 

No final é a cabeça dele que vai rolar, então ele tem que ter todo o direito de levar quem quiser. Maioria de jogadores que ele já conhecia, com quem já trabalhou e que tiveram bons resultados com ele. 

Tomara que aproveitem. Se o Brasil estivesse num momento maravilhoso, eu acho que a gente poderia contestar, mas hoje não atravessa um grande momento, perdendo para seleções de nível mais baixo. 

Hoje se encontra numa posição muito ruim nas eliminatórias, atrás de seleções bem mais fracas. Ele tem todo direito de fazer mudanças.

Não vejo porque muita gente está falando de ter levado mais jogadores que jogam no Brasil. Se estivessem bem, aí é uma coisa. Mas do jeito que está, não tem que reclamar de nada não. Tem que deixar ele trabalhar."

LUIZA SÁ
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS)

 

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