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Entenda a importância de vacinar crianças contra a poliomelite

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Foto: Arquivo/Cidadeverde.com

A poliomielite ou paralisia infantil foi uma das doenças virais infantis mais temidas do século passado. Do início dos anos 1900 até o desenvolvimento da vacina, em 1950, aconteceram numerosos surtos e epidemias no Brasil e em diversos países. A partir daí, os casos da doença diminuíram mais de 99% em todo o mundo, passando de 350 mil casos estimados em 1988 para seis casos reportados em 2021. No entanto, especialistas se preocupam com a baixa adesão à vacina em algumas regiões brasileiras.

"Embora a doença não aconteça no Brasil desde 1989, ela ainda não foi erradicada exatamente porque em alguns lugares há baixa adesão [à vacina]", ressalta o infectologista Marcelo Neubauer

Atendendo uma recomendação do Ministério da Saúde, neste sábado (08) diversos municípios irão realizar o Dia D da vacinação contra a doença, com a expectativa de ampliar a cobertura vacinal em todo o país. A campanha começou no último dia 27 de maio e vai até 14 de junho. Todas as crianças menores de 5 anos devem comparecer aos postos de saúde para serem imunizadas ou receberem as doses de reforço.

Se não há casos, por que a poliomelite preocupa?

Apesar de não registrar casos da doença há mais de 30 anos, em 2023 o Brasil foi classificado pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas como território de alto risco para reintrodução do poliovírus, causador da paralisia infantil.

"Essa categorização se deu a partir do desempenho das coberturas vacinais, dos indicadores de vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas (PFA) e do status de contenção laboratorial dos poliovírus, por exemplo", detalhou o Ministério da Saúde.

Dados da pasta mostram que, em 2022, 77% das crianças com menos de 1 ano receberam um dose da vacina no formato injetável (VIP). Em 2023, o número aumentou para 84,63%, conforme dados preliminares.

No ano passado, os três estados com os melhores índices de vacinação foram Ceará, com 93%; Piauí, com 92%; e Santa Catarina, com 90%

Como funciona a vacinação?

Durante o 1º ano de vida da criança, ela precisa receber três doses da vacina injetável. Ou seja, com 2, 4 e 6 meses de idade. Depois disso, ela deve receber o reforço.

A campanha contra a poliomelite de 2024 é importante para o enfrentamento à doença, já que o Brasil está em fase de transição para substituir as duas doses da vacina oral (gotinhas) para apenas um reforço com a vacina injetável. A mudança será concluída no segundo semestre de 2024.

Meta é vacinar 95% do público-alvo

Segundo o Ministério da Saúde, a meta é vacinar 95% de um total de 13 milhões de crianças com menos de 5 anos. A pasta espera reduzir o número de crianças não imunizadas e o risco de reintrodução do vírus no Brasil.

O que é a poliomelite?

A poliomelite é uma doença transmitida pelo contato de fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas contaminadas. Ela pode causar sequelas que perduram durante toda a vida da pessoa. Dentre elas, problemas e dores nas articulações, dificuldade de falar, paralisia de uma pernas, e outros sintomas causados pela infecção da medula e do cérebro.

A transmissão do poliovírus é favorecida pela falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária. Entre os acometidos, 5% a 10% morrem por paralisia dos músculos respiratórios.

"Enquanto houver uma criança infectada, crianças de todos os países correm o risco de contrair a poliomielite. Se a doença não for erradicada, podem ocorrer até 200 mil novos casos no mundo, a cada ano, dentro do período de uma década", estima a OMS.

Fonte: SBT News

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