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Ex-vítimas de trabalho escravo se tornam artesãs e exibem peças no Piauí Sampa

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Por Bárbara Rodrigues

Ex-vítimas de trabalho escravo, que antes trabalhavam no corte de carnaúba e na produção de vassouras no Piauí, hoje estão produzindo peças de decoração, cestas e bolsas de palha, expostas no Piauí Sampa 2024. O evento ocorre até o dia 29 de junho no Shopping Olímpia, em São Paulo.

A professora de artesanato Elizângela Pereira, presidente da Associação Curicacas e Natupalha, explicou que o grupo surgiu após o Ministério Público do Trabalho identificar casos de trabalho escravo nas cidades de Altos, Campo Maior e Piripiri. Para que as vítimas não ficassem sem trabalho, foi criada uma associação que atua nessas cidades.

"O grupo surgiu de um trabalho do Ministério Público do Trabalho no combate ao trabalho escravo no corte de carnaúba daquela região. Eles perceberam que teriam que arrumar outra forma de sobrevivência, pois em uma parte do tempo eles cortam e, na outra parte do tempo, não tinham a palha para cortar e ficavam parados. Então surgiu a ideia de implantar um trabalho mais fácil para as mulheres. Embora hoje existam mulheres que continuam no corte da carnaúba, é um trabalho muito perigoso. Então, mais meninas já estão fazendo artesanato. Elas faziam vassouras o dia inteiro, mas agora estão fazendo artesanato", explicou.

Para que o projeto desse certo, elas passaram por treinamento realizado por vários órgãos, entre eles o Sebrae Piauí. Elizângela é professora de artesanato e tem ajudado na orientação e produção das peças.

"Elas receberam treinamento, se organizaram em grupo e hoje somos 37 mulheres e sete homens. Em 2022, começamos os treinamentos com elas, vários órgãos nos ajudaram, entre eles o Sebrae. Foi onde elas aprenderam a produzir as peças", destacou.

É a primeira vez que a associação tem a oportunidade de mostrar seu material no Piauí Sampa. "A expectativa é muito boa. É um orgulho muito grande estarmos aqui em São Paulo representando a nossa região, a nossa riqueza que é a carnaúba. Todo material aqui é feito de palha de carnaúba, a gente utiliza o talo da carnaúba e também parte do tucum para costurar. São produtos regionais mesmo", afirmou.

As cestas são as mais vendidas, mas no local há porta-copos, bolsas, vassouras de palha, entre outros objetos. Segundo Elizângela, esse trabalho transformou as vidas das vítimas de trabalho escravo.

"Aqui você encontra produtos autorais, cada peça que você pegar vai ter o nome de um artesão, que é o único capaz de fazer aquela peça. Esse trabalho transformou completamente a vida delas, porque, para as meninas, primeiro, tem a questão do empoderamento. Elas se sentem mais firmes, se sentem parte integrante do povo. Hoje em dia, elas se sentem muito especiais; já participaram de desfiles e ficaram muito felizes. Temos mulheres que estão reformando casas, comprando celulares, então é para isso que a gente trabalha, essa mudança de vida para elas", finalizou.

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