A psicóloga Ismênia Maria disse em entrevista à TV Cidade Verde nesta terça (2) que pais, familiares e outras pessoas que convivem com crianças precisam estar atentos a mudanças que geralmente ocorrem quando estas são vítimas de abuso sexual. Esta semana, chamou a atenção um caso de um pai que foi preso por estuprar as próprias filhas, de 8 e 10 anos, em Morro Cabeça no Tempo. Elas denunciaram que ele passou a proibi-las de frequentarem a escola para não denunciarem os abusos.

De acordo com a psicóloga, crianças vítimas de abuso sexual costumam apresentar mudança de comportamento muito perceptível. Segundo ela, tanto pais, responsáveis, outros familiares, e professores também devem ficar atentos aos sinais. Alguns deles são: criança faltando sem justificativa, não consegue ter bom aproveitamento, baixa nas notas das escolas, isolamento social, além de alterações no sono, no apetite, no humor, e irritabilidade.

"Os pais precisam estar atentos a estes sinais. Ao perceber: 'opa, tem aqui uma situação diferenciada', é acolher a vítima, fazer uma escuta. É algo que impacta tanto que a criança tem o sentimento de culpa, de vergonha, às vezes, dificuldade para relatar aos seus familiares, então o primeiro momento o acolhimento, a busca especializado, no caso de um psicólogo que pode estar auxiliando, como professores e educadores", explicou.

A especialista também alertou a necessidade de que seja feita a denúncia, mesmo quando não se tem certeza absoluta de que houve o cometimento do crime. Isso porque, cabe à polícia apurar se isso realmente aconteceu. Em caso de fortes evidências, o disque 100 pode ser uma opção para que seja feita a denúncia.

"Eu não preciso ter a certeza absoluta, a prova concreta, mas diante de muitas evidências eu posso buscar os órgãos competentes, por exemplo, o disque 100 que qualquer pessoa pode ligar e fazer a denúncia, cabe a polícia fazer o processo investigativo em relação a essa suspeita por exemplo", explicou.