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Talco é classificado como 'provavelmente cancerígeno' pela OMS; entenda riscos

Por SBT News

Foto: Freepik

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o talco como 'provavelmente cancerígeno', nesta sexta-feira (5), em estudo publicado na revista The Lancet Oncology. Pesquisadores do Centro Internacional de Pesquisa do Câncer (CIRC/IARC), reunidos em Lyon, na França, foram os responsáveis pelo levantamento.

Os especialistas reuniram estudos que apontaram que o talco, mineral extraído em diversas regiões do mundo, causou câncer de ovário em seres humanos, além de teste feitas com animais de laboratórios.

Para a população em geral

A exposição ocorre principalmente pelo uso de cosméticos e pós-corporais contendo talco.

A avaliação não se concentrou no talco que contém amianto, mas, ainda assim, não foi possível excluir que o talco que estivesse contaminado com amianto não fosse o utilizado pela maioria dos participantes de estudos feitos com humanos reunidos pelos pesquisadores na análise.

Johnson & Johnson é processada por usar produto com amianto
A gigante farmacêutica americana Johnson & Johnson está sendo processada por pessoas que acusam a empresa de produzir talco com amianto, substância que causa problemas do ovário – que vão desde problemas menos complexos até câncer no ovário e no mesotelioma. A empresa nega as acusações sobre o produto, mas parou de vendê-lo nos Estados Unidos em 2023.

A empresa anunciou em maio que pretende desembolsar US$ 6,5 bilhões (R$ 33 bilhões, na cotação atual) para encerrar as disputas judiciais envolvendo seu nome. Em junho, fechou um acordo definitivo com o sistema judicial de 42 estados dos Estados Unidos.

O amianto pode causar câncer?
A substância, usada em vários tipos de indústria – como a bélica, aeroespacial, do petróleo, de papel, naval e de fundição –, pode causar câncer no mesotelioma, ovário, pulmão e na laringe, segundo documento do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

De acordo com o Instituto, os cânceres causados pelo amianto podem levar de 10 a 50 anos para apresentar os primeiros sintomas após a exposição. Todas as formas de amianto são consideradas cancerígenas: grupo dos serpentinos, representado pela crisotila (branco); o grupo dos anfibólios, representado pelos minerais actinolita, amosita (marrom), antofilita, crocidolita (azul) e tremolita.

Apenas respirar o ar contendo suas fibras pode causar câncer e outras doenças, segundo o órgão.

Em 1995, o Brasil restringiu alguns tipos e usos da substância. Apesar disso, o país era o segundo maior produtor e terceiro maior consumidor do minério em 2015, segundo Inca. Em 2017, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional um artigo da lei que permitia o uso controlado do material e proibiu a extração, a industrialização, a comercialização e a distribuição do amianto crisotila no país. Em 2023, os ministros rejeitaram embargos questionando a decisão de 2017, mantendo a decisão.

OMS também classificou substância presente na poluição do ar como cancerígena

O acrilonitrilo, um composto orgânico volátil utilizado principalmente na produção de polímeros, também foi classificado como “cancerígeno” para os seres humanos.

A substância está presente no cigarro e na poluição do ar.

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