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Pacientes citam problemas com agendamento de consultas após mudança de regulação na Saúde

Por Roberto Araújo e Francisco José

Foto: Francisco José / TV Cidade Verde

As reclamações no ambulatório do Hospital Getúlio Vargas (HGV) eram muitas na tarde desta terça-feira (6) por conta de um problema comum: pacientes que chegavam com suas consultas marcadas, mas eram direcionadas a remarcar por conta de uma mudança no sistema de regulação. 

O problema tem acontecido porque a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) passou a adotar um novo sistema para a marcação de consultas e exames nos hospitais estaduais do Piauí. No entanto, de acordo com a Sesapi, embora tenha havido negociação com os gestores municipais, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina não aderiu ao novo sistema, e os pacientes do município estão precisando fazer uma nova marcação. 

Moradora do Parque Sul, a Jéssica Soares disse que tinha consulta marcada há aproximadamente dois meses para o local, mas ao chegar, foi informada sobre a mudança do sistema e que deveria ser feita uma remarcação.

"A gente estava com a consulta marcada dois meses atrás. E aí quando a gente chega aqui, era algo pra ser previamente avisado, a gente tava com consulta marcada pelo sistema do SUS, estava com consulta marcada e precisa remarcar por causa desse sistema novo. É uma perca de tempo, perca de dinheiro, porque as vezes a pessoa nem é daqui, vem de outra cidade", explicou.

Foto: Francisco José / TV Cidade Verde

A Francisca das Chagas, do bairro Santo Antônio, disse que tem uma consulta para si e para o filho para ser remarcada, mas que teve que passar muito tempo na espera. 

"A minha consulta estava marcada desde o mês passado, e estou esperando para ser atendida. Eu não pude ser atendida, to precisando fazer um recadastramento no novo sistema. Eu não consegui minha consulta, o meu filho tem uma consulta para ser remarcada, e estou aqui", desabafou.

Outras pessoas disseram que estavam desde a madrugada na espera para o atendimento, e não conseguiram sair com a consulta ou exame feitos. 

Foto: Francisco José / TV Cidade Verde

De acordo com o diretor de Regulação da Sesapi, Rodrigo Martins, desde junho a secretaria está em diálogo com os gestores municipais e que desde 1º de agosto o novo sistema está em vigor. Ele cita que a FMS da capital não adotou e que, por conta disso, os pacientes do município estão precisando passar por uma "remarcação" para o novo sistema.

"Solicitamos que as secretarias municipais de saúde passassem a adotar o agendamento de exames e consultas de hospitais estaduais, tanto aqui em Teresina como no interior, utilizando o sistema de regulação do estado. Infelizmente, [a Fundação Municipal de Saúde de] Teresina não adotou esse sistema. Tem uma agenda no sistema próprio de regulação de Teresina e os hospitais infelizmente estão recebendo essa quantidade de pacientes agendados. Estamos tentando, desdobrando pra tentar agendar, fazer o máximo possível para atender, no entanto é preciso frisar, o sistema de marcação, as vagas são disponibilizadas de maneira proporcional", disse.

O diretor citou que com o novo sistema, há uma divisão proporcional de atendimento, e no caso de Teresina, o município continua encaminhando uma quantidade de pacientes que é superior à possibilidade de atendimento.

"Os hospitais estão solicitando que a quantidade não seja superior à repassada aos municípios, mas ainda assim, continua encaminhando o mesmo número, e infelizmente, vai acontecer a limitação técnica", explicou.

Em Teresina, seis hospitais estaduais atendem a pacientes da capital e do interior: Hospital Getúlio Vargas, Hospital da Polícia Militar, Hospital Infantil Lucídio Portela, Hospital do Mocambinho, Natan Portela e Areolino de Abreu. De acordo com o diretor Rodrigo Martins, o secretário de Saúde, Antônio Luiz, tem tentado dialogar com o presidente da FMS, Ítalo Costa, para tentar dirimir o problema.

O Cidadeverde.com procurou a FMS, mas até o momento, não houve resposta. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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