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Promotor de Picos é alvo de operação da PF e MP por exigir R$ 3 milhões para arquivar investigação contra empresário

Por Rebeca Lima e Caroline Oliveira

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Atualizada às 16h50

Um promotor de justiça foi alvo da Operação Iscariotes, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Piauí (PGJ/MPPI) na manhã desta quarta-feira (7). A ação foi realizada após suspeitas de que o servidor público teria exigido R$ 3 milhões para arquivar um procedimento investigatório criminal contra um empresário.

O Cidadeverde.com apurou que o promotor investigado é Maurício Verdejo que atualmente está titular da 6ª Promotoria Criminal de Picos. Ele tem quase dez anos de atuação no MPPI. 

Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão em Teresina, foram apreendidos R$ 900 mil, além de documentos e aparelhos eletrônicos. As apurações se iniciaram apenas há uma semana e, em razão da gravidade dos fatos, exigiu-se esforço concentrado da PF com a PGJ/MPPI.  

Em nota, o MPPI destacou que foi a própria instituição que remeteu a representação contra o promotor e ressaltou que o processo do caso está em segredo de justiça. (Confira nota do MPPI ao final da matéria). 

De acordo com a PF, a vítima relatou que foi abordada pelo promotor em um restaurante e que ele teria dado um prazo de poucos dias para que o empresário pagasse a quantia exigida para não ser mais investigado. Após diligências, a equipe de investigação confirmou os relatos do empresário e registrou o recebimento de parte do montante pelo promotor. 

“Considerando que o investigado possui prerrogativas devido à sua função pública, o caso foi comunicado ao Procurador-Geral de Justiça do Estado do Piauí, responsável por investigar membros do Ministério Público. Este, por sua vez, solicitou a cooperação da Polícia Federal, devido à iminência da entrega do dinheiro,” destacou a PF em nota.

Foto: Ascom/PF 

 

“Comprovados os fatos sob investigação, o agente público poderá responder pelo crime de concussão. Este crime ocorre quando um servidor público exige, direta ou indiretamente, vantagem indevida em razão do cargo que ocupa,” informou a polícia.

Ainda segundo a polícia, o nome da operação, Iscariotes, faz referência a Judas Iscariotes, simbolizando a traição da confiança depositada pelo Estado e pela instituição no agente público, que estava incumbido de fiscalizar a lei.

 

Veja nota na íntegra:

O Ministério Público do Estado Piauí se manifesta perante a sociedade piauiense acerca da Operação Iscariotes, realizada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 07 de agosto, e que resultou no cumprimento de mandado de busca e apreensão em desfavor de um promotor de Justiça.

A Subprocuradoria-Geral de Justiça Jurídica, órgão do MPPI, no exercício das suas atribuições processuais de investigação dos membros da instituição, informa que solicitou a cooperação da Polícia Federal diante dos indícios de que o Promotor de Justiça havia pleiteado vantagem indevida para sustar procedimento criminal.

O Ministério Público reafirma seu papel de instituição que representa os interesses sociais, a integridade na Administração Pública e o combate ao crime e à corrupção, trabalhando de forma imparcial pela promoção da Justiça.

O próprio Ministério Público remeteu representação ao Tribunal de Justiça, que expediu o mandado de busca e apreensão, devidamente cumprido.

O MPPI prosseguirá cumprindo seus deveres e atribuições. Independentemente do investigado, o compromisso da instituição é com a Justiça.

O nome do promotor não foi divulgado em veículos oficiais, neste primeiro momento, porque o processo está em segredo de justiça.

 

 

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