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Queda de avião: familiares relatam últimos momentos com as vítimas

Por SBT News

Foto: reprodução redes sociais

Familiares das vítimas do acidente aéreo em Vinhedo, no interior de São Paulo, começaram a comparecer neste sábado (10) no Instituto Médico Legal Central, na zona oeste da capital paulista, para realizar a identificação e liberação dos corpos. A tragédia deixou 62 mortos, sendo 58 passageiros e 4 tripulantes.

Até o momento, 38 famílias das vítimas foram recebidas por agentes do Governo do Estado e acomodadas em um hotel da região central da cidade. Foi o caso de Camila, prima de Ulisses Oliveira, de 45 anos, que estava a bordo do voo 2283. O empresário de Fortaleza, casado, pai de 4 filhos, estava em uma viagem a trabalho. "Um homem maravilhoso, uma pessoa muito querida na família inteira, que deixou a gente assim, em uma partida precoce. Muito difícil, muito difícil, deixou a família desolada", ela conta.

Antes de embarcar, Thiago mandou uma foto, já dentro do avião, e uma mensagem para a Fernanda, avisando que ligaria ao chegar em São Paulo. Mas, as horas foram passando, e a esposa soube do acidente pela televisão.

"Eu estava assistindo ao jornal, despretensiosamente, quando vi a reportagem, não me atentei à legenda, mas eu vi o avião caindo e, na hora, lembrei do voo do Thiago, coincidentemente na mesma hora. E deu 13, 14, 15 horas e ele não me respondia, então, eu já fui perdendo o chão, ligando para amigos, familiares, desesperada, porque eu já sabia que era o voo dele", ela lembra.

A filha do casal, Maíra Vitória, de 9 anos, está inconsolável. "Ela está sofrendo bastante. Ela, por incrível que pareça, nesta viagem, ela chorou muito, disse 'pai, eu estou com muita saudade, volta logo'. Mas, infelizmente, ele não voltou", diz a mãe.

Outras duas passageiras também registraram vídeos antes de entrar no avião. A fisiculturista gaúcha Daniela Schulz, de 30 anos, estava com o marido, o policial rodoviário federal, Hiales Carpine, de 33 anos. Em uma rede social, ela falava sobre a rotina e o planejamento de uma viagem para os Estados Unidos. "Se Deus quiser, vai dar tudo certo, logo estamos no nosso destino", ela declarou na publicação.

A professora de educação física, Isabella Santana Pozzuoli, também de 30 anos, gravou imagens da mala e da aeronave na pista do aeroporto de Cascavel.

Identificação das vítimas

Equipes das forças de segurança e resgate do Governo de São Paulo concluíram, às 18h30 deste sábado (10), a retirada dos corpos de todas as vítimas dos destroços do acidente aéreo em Vinhedo, no interior de São Paulo.

Ao todo, 62 corpos, sendo 34 masculinos e 28 femininos, foram removidos e encaminhados ao Instituto Médico Legal Central de São Paulo, para identificação. Destes, 50 já estão na unidade e os demais estão a caminho do local. Trinta corpos foram necropsiados e dois foram identificados por exame datiloscópico.

O trabalho de reconhecimento das vítimas é realizado em três etapas: a coleta do material genético, principalmente dos familiares mais próximos, para comparação do DNA; entrevista com parentes para saber sobre características físicas específicas, cicatrizes ou tatuagens; e por fim, a análise de exames das vítimas.

"A terceira são dados documentais médicos, então: panorâmica, arcada dentária... Se teve algum tratamento odontológico, radiografia. Esses documentos ajudam, também, a subsidiar as equipes técnicas", esclarece o capitão Farina, da Defesa Civil.

No local do acidente, equipes também se preocupam em recuperar itens que possam ajudam na investigação do caso e até pertences que possam ser entregues aos familiares. "De documento, de roupa, de mala. A gente encaminha esse objeto preservado, individualizado, para a perícia, para o IML, para eles poderem também devolver aos familiares aquilo que pertence e também poder identificar qual o objeto era de qual pessoa", indica a porta-voz do Corpo de Bombeiros Tenente Olívia.

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