A cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) começa nesta segunda-feira (10), em meio à polêmica do plano colombiano de implantar bases militares americanas em seu país. No domingo, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, acusou o Exército colombiano de entrar em território venezuelano, dizendo que a incursão era uma "provocação" do presidente colombiano, Álvaro Uribe.
"Não estamos falando de patrulha de poucos soldados na fronteira. Essas tropas cruzaram o rio Orinoco em barcos e realizaram uma incursão no território venezuelano", disse o presidente em seu programa semanal "Alô, Presidente", no domingo.
"Quando nossas tropas foram lá, os colombianos já tinham ido embora", adicionou Chávez. A Colômbia negou a acusação de Chávez de que sua patrulha teria cruzado o rio Orinoco em um trecho de fronteira.
As relações diplomáticas entre os dois países já estavam congeladas desde o mês passado, quando Uribe acusou Chávez de fornecer armamentos para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O clima tenso entre os presidentes venezuelano e colombiano é um reflexo da crise diplomática que tomou a região após Uribe ter anunciado que deseja empreender um plano de instalar sete bases norte-americanas em seu território. Ele diz que a aliaça é necessária para o combate ao narcotráfico.
Uribe passou a última semana visitando países vizinhos para explicar o acordo com os Estados Unidos. Brasil, Chile, Peru e Paraguai defenderam que a Colômbia mantenha sua soberania ao emprestar suas bases a tropas norte-americanas.
A Unasul é integrada por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. O encontro começa nesta segunda-feira (10), em Quito, sem a presença de Uribe. Colômbia e Equador romperam relações diplomáticas no ano passado, após uma incursão do Exército colombiano na selva equatoriana para destruir um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).