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CNBB veta água benta em igrejas e hóstia na boca de fiéis

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A igreja católica decidiu alterar alguns dos principais rituais da religião para diminuir o risco de contaminação pela gripe suína em Estados do Nordeste. Em nota divulgada nesta terça-feira (18), a regional da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) veta a água benta nas entradas das igrejas e orienta que a hóstia não seja mais dada na boca do fiel, entre outras medidas. As mudanças valem para Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
 


 
A paróquia do Horto, em Maceió, celebrou missa nesta terça-feira ainda fornecendo água benta na entrada, mas afirma que recipiente será retirado ainda esta semana

A católica e dona-de-casa Norma Rodrigues diz que não vai mudar rotina e que supera o medo da doença com a fé em Deus

"Essa nota foi elaborada por nós [aqui da Regional 2], seguindo as recomendações do Ministério da Saúde. Estamos colocando na mídia e vamos ler sempre no início das missas", afirma o presidente da regional e arcebispo de Maceió, dom Antonio Muniz. A CNBB não divulgou orientações nacionais, mas algumas dioceses no país já adotaram procedimentos semelhantes.

A CNBB regional ainda pede que os fiéis com sintomas da doença não compareçam a missas ou reuniões. "Os pais devem ter igual cuidado, com relação às crianças da catequese", afirma o texto. Até o momento, o Nordeste registrou quatro mortes por conta da nova gripe: três delas nos Estados inclusos na regional da organização católica.

Mudanças e precaução
Uma das mudanças mais radicais veta a água benta coletiva, que tradicionalmente fica disponível na entrada das igrejas. "Até segunda ordem, não devem ser enchidas as pias de água benta. As pessoas que desejarem, peçam ao sacerdote para benzer água, que utilizarão em particular, nas próprias casas", diz o texto.

A CNBB recomenda também que o abraço e as orações de mãos dadas sejam evitados durante a missa. "Todas as medidas devem ser tomadas enquanto perdurar o risco de contaminação da doença", afirma. Os bispos também lembram que os celebrantes devem lavar bem as mãos antes da celebração e da comunhão, sempre com álcool em gel.

O presidente da regional e arcebispo de Maceió, dom Antonio Muniz, afirma que a omissão de alguns rituais não diminui a importância da celebração católica. "Estamos nos precavendo para que diminua o risco de contaminação da doença. Tudo de acordo com a recomendação do Ministério da Saúde, pois nunca saberemos se aquele fiel está seguindo à risca as normas de higiene", afirma.

Muniz ainda faz um apelo para que os católicos que estiverem com os sintomas da gripe fiquem em casa. "As pessoas fragilizadas devem assistir as missas pela televisão ou escutá-las pelo rádio, até porque esse momento de gripe é passageiro".

Em Maceió, as mudanças ainda estão sendo providenciadas pelas igrejas. Mas fiéis e padres receberam bem as medidas propostas pela CNBB. "É preciso que todos tomem cuidado com questões de saúde, pois preocupação nunca é demais", afirma padre Rubião, da paróquia do Horto, que celebrou missa nesta terça-feira (18) ainda fornecendo água benta na entrada. O recipiente deve ser retirado do local ainda esta semana, segundo o pároco.

A católica e dona-de-casa Norma Rodrigues diz que supera o medo da doença com a fé em Deus. "A gente sabe o risco que corre, mas a gripe não me tirou da igreja e não alterou em nenhum momento a minha rotina", afirma.
 
Fonte: Folha
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