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Professora que dançou a música 'Todo enfiado' se diz arrependida

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A direção do Colégio Objetivo, onde a professora Jaqueline Carvalho lecionava a meninos da alfabetização e pré-escolar, garantiu que sua demissão não foi sumária e ocorreu depois de várias conversas com a educadora. O próprio diretor da instituição, Josué de Carvalho, disse que tudo se deu de forma consensual e que até a mãe da docente concordou com sua saída.

Jaqueline, 28 anos, foi filmada por câmeras de celular ao participar de uma coreografia sensual em que o vocalista de uma banda de pagode puxa a sua calcinha. Postados no You Tube, os vídeos se propagaram rapidamente. O fato ocorreu dois meses atrás, na casa de shows Malagueta, no Corsário, e a professora acabou desligada do colégio, localizado no Vale dos Lagos, próximo de onde morava.

Preocupação
Por causa da repercussão negativa no bairro, Jackie se mudou para a casa da mãe, na Ribeira, e se mostrou arrependida. “Eu errei. Digo isso não pela escola, mas pelos meus alunos”. O diretor do Colégio Objetivo destacou que Jaqueline merece respeito neste momento e insistiu que a instituição agiu de forma consciente. “Diferente do que se pensou, ela não foi execrada aqui dentro. Quem a está execrando é o povo nas ruas e parte da imprensa. O bairro inteiro estava pegando no pé dela. A mãe dela disse que queria mandá-la para outro lugar. Aí nós decidimos, em consenso, desligá- la dos nossos quadros”.


O diretor admite, porém, que considera a atitude de Jaqueline “não muito adequada para uma professora de educação infantil”. “Acho que a profissão dela requer um certo cuidado. Mas repito: a demissão não foi uma decisão exclusiva da escola”. A própria professora revela que foi a primeira a debater o caso. “Eu disse a eles que estava preocupada com os alunos porque um vídeo havia vazado. Três dias depois, fui demitida”, diz. A direção nega que tenha havido pressão por parte dos pais para demiti-la. “Não houve nem tempo pra isso”.

 
Pais divididos
Na escola, o assunto rende. Os pais estão divididos. “Minha própria filha me mostrou o vídeo. Tratei o assunto com naturalidade. A vida pessoal da professora não interessa a ninguém. Pura hipocrisia”, opina Ivan Filho, pai de uma menina de 9 anos, na 4ª série do Objetivo.

“Achei ridículo. Aquilo não é postura de uma professora”, considera a mãe de um estudante de 7 anos, que preferiu não se identificar. Independentemente do seu comportamento, a professora é considerada por alunos ecolegas uma profissional exemplar. “Aqui nunca fez nada que desabonasse a sua conduta. Sempre foi uma pessoa que tratou os alunos como seus próprios filhos”, diz uma outra professora. O diretor também sai em defesa. “Ela é muito competente. Não tem esse perfil que estão falando”.

Formada em pedagogia, Jaqueline faz pós-graduação. Na quinta-feira (27), em conversa com o diretor, disse querer continuar lecionando. “Ela disse que quer voltar a contribuir para a educação das crianças”. Josué não descarta readmitir Jaqueline .“Quando essa coisa toda acalmar, eu acho que ela pode voltar à sala de aula. Não saberia dizer se aqui na escola, mas ainda não é momento de pensar nisso”, encerrou.

 
Especialista alerta para nova conduta
A exposição é sinal dos novos tempos, para anônimos e famosos. Gafes e flagrantes chegam a muito mais gente rapidamente. O PM paulista que dançou no quartel o forró chamado Pirikita, em setembro do ano passado, não imaginou que a brincadeira fosse custar punições administrativas. Nem a professora, que iria perder o emprego. Daniella Cicarelli conseguiu na Justiça bloquear o You Tube, após o “amasso” com o então namorado virar hit numa praia na Espanha.
Novas tecnologias, segundo especialistas, impõem novas regras de comportamento. O tema é assunto do livro A reputação na velocidade do pensamento, do jornalista Mário Rosa, lançado pela Geração Editorial. “Nunca estivemos tão vulneráveis ao olhar dos outros”, alerta.
 
 
 
Fonte: Correio da Bahia
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