Quatro travestis foram na manhã desta segunda-feira na Delegacia das Minorias denunciar que estão sendo agredidos por uma suposta “gangue de homofóbicos” que estão atuando em Teresina.
De acordo com a denúncia, os travestis estão sendo agredidos com tacos de beisebol, barra de ferro e pedras. Uma delas relatou que foi arrastada um quarteirão, no dia 22 de agosto, por um grupo de estudantes universitários.
“Eles pararam o carro e outro me segurou e com o carro aberto me arrastaram por um quarteirão. Isso provocou o rompimento da minha prótese no seio, fraturei a minha face e tive ferimentos na perna e braços” relata Décio de Sousa, 38 anos, que é conhecida como Dérica Multimídia.
“Eles pararam o carro e outro me segurou e com o carro aberto me arrastaram por um quarteirão. Isso provocou o rompimento da minha prótese no seio, fraturei a minha face e tive ferimentos na perna e braços” relata Décio de Sousa, 38 anos, que é conhecida como Dérica Multimídia.
Ela denuncia que filhos de classe média em Teresina estão agredindo os travestis como forma de farra e diversão após saírem de baladas na madrugada. O último registro foi no sábado quando uma travesti foi ameaçada com um revólver na avenida Frei Serafim.
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“É uma nova versão dos grupos homofóbicos dos skinheads que estão atuando na rua Góias (tradicional ponto de prostituição gay), Frei Serafim e Centro de Teresina”, denuncia Dérica Multimídia.
Dois estudantes foram detidos – Jonas Victor Corado e Rômulo Bezerra Caminho Veloso - e prestaram depoimentos na delegacia de Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias (Delegacia das Minorias) do Piauí.
Socos e chutes
Natasha, 22 anos, que não quis se identificar com medo de represália, disse que foi agredida com chutes e socos no último sábado. “Eles usam vários carros e chegam de surpresa e vão logo com violência”, disse Natasha. A jovem conseguiu anotar a placa onde seus agressores estavam.
Segundo ela, tratava-se de Ford KA, placa LVU 0378, cor preta. Os acusados foram fotografados e chegaram a ser fichados na Central de Flagrante de Teresina, mas foram liberados em seguida.
Polícia
A delegada Kátia Esteves disse que foi aberto uma investigação para apurar o caso e os supostos agressores serão ouvidos. O caso está sendo acompanhado pela Defensoria pública e grupo Matizes.
“Está se tornando comum este tipo de agressão em Teresina”, disse a delegada Kátia Esteves. Os estudantes na delegacia negaram a agressão aos homossexuais.
Flash de Yala Sena (direto da delegacia)