O promotor Meton Filho declarou que, com essa oficina, os órgãos públicos estão admitindo a existência do problema e a necessidade de enfrentá-lo. "Isso é um problema mundial e quando esses processos não chegam ao Ministério Público Estadual não adianta, porque elas não conseguem ter encaminhamento", disse.
Já Maria Auxiliadora Arantes, coordenadora geral do Programa de Combate à Tortura da Secretaria Especializada em Direitos Humanos da Presidência da República, confirmou que a maioria dos casos, aproximadamente 90%, envolve teor sexual.
"As pessoas têm que acabar com o mito que as torturas psicológicas e físicas estão dissociadas. A tortura física afeta o psicológico e a psicológica pode afetar o corpo da pessoa somaticamente. A tortura pode se manifestar nos hospitais, delegacias de bairro, casas de permanência, abrigos. É muito importante fazer esse mapeamento em todo o país. A tortura não é comunidada. Nenhum estado quer reconhecer e publicar casos. Proponho que não só a segurança, mas outros setores do Estado se manifeste, como a saúde, no caso de constatação de sintomas e marcas de violência", finalizou a coordenadora.
Carlos Lustosa Filho (flash do MPE)
Leilane Nunes (redação)
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