A PM ainda não deu detalhes sobre a operação no Jacarezinho. O secretário de segurança pública, José Mariano Beltrame, está reunido com o comandante da PM, o coronel Mário Sérgio Duarte, no gabinete de crise no 6º Batalhão da Tijuca, para definir como será a ação policial nos próximos dias.
A onda de violência na zona norte do Rio começou na madrugada de sábado, quando criminosos se aliaram a criminosos do morro São João e tentaram invadir o morro dos Macacos em disputa pelos pontos de venda de drogas. O morro São João é controlado pela facção criminosa CV (Comando Vermelho), enquanto o morro dos Macacos, pela ADA (Amigos dos Amigos). Segundo o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, a polícia sabia da invasão planejada pelos traficantes.
Ao longo do sábado, os tiroteios deixaram 12 mortos --entre eles dois PMs que estavam no helicóptero abatido-- e 12 veículos queimados. Desde então, mais de 3.000 policiais militares e civis reforçam a segurança na região.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, conversou com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e ofereceu a ajuda da Força Nacional para controlar a ação dos traficantes, mas, segundo o ministro, o governador recusou a ajuda.
De acordo com o ministro, Cabral disse que a Polícia Militar e a Polícia Civil têm equipamentos e condições suficientes para continuar o seu trabalho, cujo sucesso não depende de mais pessoal nem de mais armamentos, mas da continuidade das ações preventivas para o enfrentamento do crime.
Pânico
Os confrontos de ontem deixaram também oito pessoas feridas, entre eles, seis policiais militares e dois moradores do morro dos Macacos.
Os tiros assustaram moradores da região, e muitos tiveram dificuldade para voltar para casa.
Para a polícia, os criminosos do morro dos Macacos tentaram desviar a atenção ao atear fogo em veículos em diferentes bairros da região. Embora a PM tenha confirmado oito ônibus incendiados, a Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do RiO) afirma que foram queimados dez ônibus queimados, além de um carro e um caminhão da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio).
Fonte: Folha