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Câmara tem menor 'infidelidade' desde 1989 após nova lei

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Após uma interferência do poder Judiciário, a infidelidade partidária caiu na Câmara dos Deputados ao menor nível desde a Constituinte. É o que revela levantamento feito pelo G1 em dados oficiais da Secretaria Geral da Mesa Diretora que informam as mudanças partidárias desde 1989.

Na legislatura atual, que começou em fevereiro de 2007, 80 deputados mudaram de partido em 98 trocas registradas até o dia 12 de novembro, menos da metade dos que foram infiéis no período passado. O número de trocas é maior que o de deputados porque um mesmo parlamentar trocou de partido mais de uma vez. Como o prazo para a filiação partidária para quem vai disputar a próxima eleição já foi encerrado, a tendência é que novas trocas sejam raras até o final da legislatura, em janeiro de 2011.

Quando se compara a legislatura atual com as anteriores observa-se como o movimento migratório foi reduzido. Após a Constituinte de 1988 o número de trocas sempre foi superior a 200, envolvendo mais de um terço dos 513 deputados.

Em 1989 e 1990 os deputados que mudaram de legenda foram 195. Entre 1991 e 1995 este número foi de 200. Entre 1995 e 1999 as trocas alcançaram 172 parlamentares. De 1999 a 2003 foram 183 os deputados infiéis. Nos quatro primeiros anos do governo Lula foram 197 os deputados que trocaram de partido.

A contribuição do Judiciário para reduzir o troca-troca partidário começou em março de 2007 com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidindo que o mandato é do partido e não do eleito. Desta forma abriu-se a possibilidade de cassação de quem trocar de legenda. O Supremo Tribunal Federal (STF) referendou a decisão em outubro do mesmo ano.

Presidente do TSE na época da decisão, o ministro do Supremo Marco Aurélio Mello destaca que a intenção era de combater as mudanças por conveniência.

“A legislação é a mesma que já havia. Claro que com esta postura interpretativa da Justiça Eleitoral e do Supremo houve uma inibição, o que não quer dizer que não se pode mudar porque tem casos em que pode, como os de perseguição política. Penso que todos os políticos estão mais atentos agora à impossibilidade de trocar apenas por conveniência”.

O fato é que desde a decisão da Justiça, as trocas ficaram em “stand by” até outubro deste ano, quando o prazo de filiação para as próximas eleições motivou algumas trocas. Após a decisão final do Supremo, 36 deputados trocaram de partido, sendo que 31 mudaram a partir de 20 de agosto deste ano, já visando as eleições do próximo ano.

Fonte: G1

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