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Estudante que recebeu 25 bolsas de sangue quer se tornar doador

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Quinze dias na Unidade de Terapia Intensiva. Cinco entubado. Cinco paradas respiratórias. Um dreno. Hemorragia interna. Os números mostram a impressionante luta pela vida travada pelo estudante João Victor Campos, em 2006. O adolescente, hoje com 13 anos, só conseguiu sobreviver ao terrível quadro causado por uma dengue hemorrágica graças a ajuda dos doadores de sangue que lhe forneceram 25 bolsas. Agora ele espera que o tempo passe para, ao atingir a maioridade, tornar-se doador e também salvar outras pessoas.
 
Fotos: Leinane Nunes/CidadeVerde.com
 
O rapaz diz que não se lembra de nada destes dias em que esteve em estado grave no hospital. “Depois que saí do hospital foi que entendi tudo o que tinha passado. Fiquei meio assustado porque nunca conheci ninguém que ficasse tanto tempo entubado e nunca pensou que fosse precisar de doação de sangue”, descreve. João Victor diz ainda que depois que caiu em si, ficou depressivo, mas hoje tem consciência de tudo o que lhe aconteceu e pretende virar doador assim que atingir 18 anos.
 

 
“Eu me sinto muito agradecido por tudo que fizeram por mim. Eu queria que todo mundo doasse, porque assim muitas pessoas vão sobreviver”, deseja.
 
 

 
A mãe de João Victor, Aurinete Campos, que é assistente social do Hemopi, nos conta que jamais pensou que seu próprio filho fosse precisar dos serviços da instituição. “Os médicos disseram que era difícil de ele escapar no centro cirúrgico, o caso era difícil. Cheguei a entregar para Deus”, conta. Apesar de haver estoque do tipo de sangue de seu filho, A+, no centro ela mobilizou a família para que fizessem a doação. “Graças a Deus, tudo deu certo”, emociona-se.
 

 
 
Multiplicação
A médica do Hemopi, Melissa Santana, afirma que ao doar seu sangue, uma pessoa pode ajudar até quatro pacientes. “A bolsa é dividida no laboratório em hemácias, plasma e plaquetas. As hemácias são usadas em caso de anemias graves, as plaquetas em casos de leucemia e quando há problemas de coagulação do sangue. Já o Plasma contém hemorragias e matéria-prima para hemoderivados”, explica.
 

 
 
Parte do plasma também é levado para a França onde ele é dividido em outros componentes e utilizado na fabricação de remédios. “A doação é um sentimento gratificante. Contamos com a boa vontade das pessoas altruístas e precisamos captar doadores novos. Tocar o coração dessas pessoas é o nosso trabalho diário”, descreve.
 
 
Flash de Leilane Nunes
Redação Carlos Lustosa Filho
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