Em um dia de marcada aversão ao risco, o dólar comercial registrou a maior alta diária em mais de cinco meses contra o real. O preço da divisa americana saltou 2,14%, para fechar o dia valendo R$ 1,756 na compra e R$ 1,758 na venda. A moeda não subia tanto em um único pregão desde 22 de junho, quanto ganhou 2,58%.

Na roda de " pronto " da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), a moeda teve alta de 1,80%, fechando também a R$ 1,758. O volume negociado caiu 50%, para US$ 158,5 milhões. No interbancário os negócios dobraram para US$ 2,2 bilhões.

De acordo com o gerente de operações da Terra Futuros, Arnaldo Puccinelli, o sinal externo negativo serve de gatilhos às compras, mas o que explica a puxada de preço é a virada de mão dos estrangeiros no mercado de dólar futuro.

Até o dia 3 de dezembro, a posição líquida estava comprada (aposta pró-dólar) em 10,9 mil contratos. Posição que subiu para 54 mil até o começo do dia de hoje. Segundo Puccinelli, essa virada reflete mais uma zeragem de posições vendidas do que efetivamente um aumento de contratos de compra.

O especialista lembra, também, que em momentos de incerteza os agentes correm para buscar proteção na moeda americana. E isso vale não só para o real, mas também para outras moedas como o euro, que já perdeu quase 3% nos últimos três dias.

O gatilho para as compras nesta terça-feira é a renovada preocupação com o risco de crédito. Dubai permanece como fonte de incerteza depois do calote do final do mês passado. Tal situação se agravou com o rebaixamento de empresas do emirado pela Moody. Contribuindo para o pessimismo, a Grécia teve sua nota soberana rebaixada pela Fitch.

Fonte: Valor Online