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Barack Obama chega a Oslo para receber o Prêmio Nobel da Paz

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi nesta quinta-feira a Oslo, na Noruega, para receber o Prêmio Nobel da Paz e afirmou que o comprometimento dos americanos com o povo e o desenvolvimento do Afeganistão não acaba em 2011, data estipulada para o início da retirada das tropas americanas de combate do país.

"É muito importante entender que, mesmo muitos anos depois que as tropas de combate deixarem o país, o governo afegão ainda precisará de apoio e nós ainda teremos tropas de apoio no Afeganistão. Isto [data da retirada] não afetará nosso comprometimento com o povo afegão", disse Obama, ao ser questionado por um jornalista americano durante entrevista a jornalistas ao lado do primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg.


Obama anunciou na semana passada, em aguardado discurso televisionado, sua nova estratégia para a guerra do Afeganistão. O plano inclui o envio de 30 mil soldados adicionais ainda no primeiro semestre de 2010 com o intuito de acelerar a entrega da responsabilidade sobre a segurança do país para os cidadãos afegãos e iniciar a retirada das tropas já em julho de 2011.

Muitos críticos, até dentro da administração Obama, criticaram o anúncio de uma data tão próxima para o começo da retirada, diante da realidade da guerra no Afeganistão, que vive seu pior momento em oito anos e teve seu ano mais violento para as tropas americanas.

"Nós acreditamos que temos a estratégia certa e que podemos executar esta estratégia; proteger os cidadãos, reconstruir o Afeganistão e derrotar o Taleban para que possamos começar a transferir esta responsabilidade aos afegãos em julho de 2011", afirmou Obama. "Então não deveria haver debate [sobre a data]. O ritmo em que esta retirada será feita, como ela ocorrerá, isso será decidido com o tempo".

"Julho de 2011 marcará a data da mudança da nossa missão", completou.

Mundo muçulmano

Obama falou ainda sobre os cinco americanos presos em uma operação das forças de segurança do Paquistão na cidade de Sargodha, por suposta ligação com o grupo militante Jaish-e-Mohammed, que teria vínculos com a rede terrorista Al Qaeda. A polícia afirmou nesta quinta-feira que os cinco disseram em interrogatório que vieram ao país para participar da jihad, a guerra santa.

Autoridades americanas dizem que os cinco são homens dados como desaparecidos por suas famílias há mais de uma semana, na região de Washington, D.C.. As famílias pediram ajuda ao FBI (Polícia Federal americana) depois de achar um vídeo de despedida na qual os homens mostram cenas de guerra e mortes e dizem que os muçulmanos devem ser defendidos.

"Haverá investigações sobre esta situação, mas não há muito o que dizer por enquanto", afirmou o presidente, que tentou esquivar-se da polêmica associação entre muçulmanos e terroristas.

"O que foi marcante nos últimos oito anos desde o 11 de Setembro é o quanto a América reafirmou a contribuição dos muçulmanos americanos e como eles participam da construção de nossa nação; o quanto a lealdade e o patriotismo dos muçulmanos americanos ao país ajudou a evitar alguns dos problemas que vemos em outros países neste assunto".

Obama afirmou ainda que a ideologia manipulada de grupos radicais pode afetar a mente dos dos jovens, mas que esta não é a regra.

O governo americano temeu recentemente o crescimento do sentimento de ódio aos muçulmanos depois que um major muçulmano americano Nidal Hasan matou a tiros 12 soldados e um civil na base militar de Fort Hood, no Estado americano do Texas.

Merecido

Na entrevista aos jornalistas, Obama disse ainda que usará seu Nobel para reforçar o combate às questões mundiais: como a guerra contra os terroristas e o aquecimento global.

Ao ser questionado sobre as críticas de que sua escolha foi precipitada, ele repetiu o discurso que fez no dia do anúncio e afirmou achar que há outras pessoas que mereceriam mais o reconhecimento.

Stoltenberg defendeu a escolha de Obama e disse que foi merecida já que a ideia do Prêmio Nobel é destacar quem contribui com a paz. "Não penso em mais ninguém que tenha feito mais pela paz", disse, citando as iniciativas do presidente americano pelo desarmamento nuclear e os conflitos no Iraque e no Afeganistão.

"A agenda que o presidente criou é de promover a paz. [...] O prêmio fortalece os esforços de Obama de lutar pela paz", disse.

Antes da entrevista, Obama e Stoltenberg fizeram uma breve reunião para discutir uma variedade de temas como aquecimento globa, paz no Oriente Médio, conflito no Afeganistão e desenvolvimento.

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