Ao invés de focar histórias de superação, Natália Falavigna preferiu contar os caminhos para se chegar ao sucesso no esporte. Campeã mundial de Taekwondo e bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, a atleta paranaense proferiu palestra na manhã deste sábado (12) no auditório da Facide, em Teresina, para uma plateia de atletas, professores, técnicos, e interessados no esporte.
Fotos: Fábio Lima/CidadeVerde.com
Bem expressiva, Falavigna tentou mostrar aos presentes, inclusive pequenos atletas, o que é preciso fazer, e o que ela mesma continua a fazer para conquistar o ouro olímpico. "Eu nunca abri mão de nada, eu escolhi ser atleta. Em troca disso, abri mão de coisas na minha alimentação, deixei de sair... Em troca, eu ganhei o mundo, conheci países e pessoas de todo o mundo. Vocês tem uma atleta aqui da cidade de vocês que conquistou o mundo também. Eu saí de Londrina (Paraná). A Sarah (Menezes) saiu daqui, e podem sair mais pessoas também", declarou, citando a judoca piauiense bicampeã mundial.
Entre vários detalhes, ela frisou o cuidado com a alimentação, e brincou com as crianças que admitiram não gostar de comer verduras e adorar salgadinhos com refrigerante. "Tem que comer alface, tem que comer tomate... Só não insisto em comer jiló. De jiló, vocês estão liberados", disse a campeã.
Aos 25 anos, uma das maiores campeãs do esporte brasileiro e do Taekwondo mundial mostrou bastante experiência. Disse que em todos os esportes, o brasileiro tem mania de reclamar dos árbitros e culpá-los pelos resultados não obtidos. "Isso tira o foco dos seus próprios erros", explicou a atleta, que desde 2000 é acompanhada por nutricionista, mas disse que até na internet é possível encontrar informações iniciais sobre como se alimentar melhor.
Natália Falavigna frisou que é importante buscar o aperfeiçoamento pessoal, a superação diária, e a excelência nos resultados para atingir suas metas. Ela apresentou exemplos de outros atletas, como Hortência, do Basquete, Airton Senna, do automobilismo, e o técnico Bernardinho, do vôlei. Entre as dicas, ela frisou que é preciso treinar o que se gosta, e também o que se não gosta, mas é necessário para a obtenção de resultados.
A lutadora mostrou toda a planilha de 34 semanas do seu último ciclo olímpico. Um planejamento detalhado, acompanhado por um grupo de cerca de 10 profissionais, que a ajudaram, por exemplo, a superar problemas de fraqueza muscular e melhorar seu chute.
Natália lembrou das lágrimas após a derrota na final dos Jogos Pan-Americanos. "Eu vinha treinando muito e não conseguia executar as coisas que queria. Eu chegava a ficar esgotada dois, três dias após os treinos", contou. A superação veio com o bronze em Pequim no ano seguinte. A atleta mostrou um vídeo que ela recebeu dos amigos durante a Olimpíada, com fotos e mensagens dos mesmos, e a ajudou a mostrar o quanto era forte e temida por suas adversárias. Deu certo.
Hoje, Natália Falavigna comanda também uma equipe de 13 atletas patrocinados por empresas de Londrina/PR. Todos possuem casa, comida, alimentação, aulas de inglês, e treinam com a mesma estrutura que ela possui.
Na tarde de hoje, Natália dará aulas de taekwondo para crianças, jovens e adultos no ginásio da Facid. No domingo pela manhã o encontro será no ginásio do Sinopse, no centro de Teresina.
Fábio Lima (flash do auditório da Facid)
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